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A força tricolor

Fortaleza, 89 anos. De 1918 até aqui, títulos e títulos estaduais, numa seqüência memorável. Lembro da sede do clube na Rua Júlio César, perto da minha casa na Gentilândia. Depois, mudou-se para o Pici. Conheci o Fortaleza do goleiro Aloísio II, de Sapenha, de Sanatiel. O Fortaleza de Moésio e Mozart Gomes, de Croinha. Do goleiro Pedrinho Simões, vice da Taça Brasil de 1960. O Fortaleza de Luciano Frota, dirigido por Gilvan Dias, que encarou o Botafogo do técnico Zagalo na decisão da Taça Brasil de 1968. O Fortaleza campeão do Nordestão em 1970. Anos depois, o timaço montado pelo saudoso Ney Rebouças, onde se destacavam craques como Luisinho das Arábias, Wescley, Marquinho e Júlio César. O Fortaleza de hoje, de olho na Série A, de onde jamais deveria ter saído. Time ´Daquelas Camisas´, uma força transcendental que a inspiração do saudoso Blanchard Girão projetou para a eternidade.

História

Citei apenas alguns episódios que me foram chegando à memória. Impossível contar a história do Fortaleza em espaço tão pequeno. Recolhi passagens que me vieram espontaneamente. Agora mesmo lembro de Mesquita, de Louro, de Zé Paulo, de Mimi, de Bececê...

Missão

O Fortaleza tem por objetivo voltar à Série A. Não obstante as dificuldades, a confiança foi retomada depois dos cinco últimos resultados. Presidente Desidério convoca a todos para participação nos eventos comemorativos. Claro que a contribuição da galera será importante.

Ídolo

De 1918 para cá, qual o maior ídolo da história do Fortaleza? Taí pergunta difícil de responder. Moésio Gomes? Croinha? Zé Paulo? Deixo com a torcida tricolor a missão, até porque isso varia de geração a geração. Desde 1957, acompanho o futebol cearense. Sei o quando é difícil opinar sobre o assunto.

Rigor

Havia até a década de 80 a idéia de que o ídolo de um clube não poderia jamais vestir a camisa do maior rival. Se ao pé da letra, fica mais difícil ainda a escolha. Mozart jogou no Fortaleza e no Ceará. Moésio não jogou no alvinegro, mas foi o técnico que levou o Ceará ao tetracampeonato.

No rival

Zé Paulo e Croinha atuaram só no Leão. Fica a critério da torcida decidir se a avaliação deve ser restrita aos que não atuaram no maior rival ou se o leque pode ser aberto a atletas como Lucinho, Amilton Melo, Pedro Basílio e outros craques que também jogaram no Ceará.

Dores & dores

Ontem analisei a angústia do técnico Heriberto da Cunha diante de tantos problemas para a escalação do time. A situação é aflitiva. Um jogador se queixa aqui, outro sente tendinite, um terceiro acusa coxa dolorida. E assim, entre dores e dores, Heriberto vê sua dor de cabeça também aumentar.

Objetivos

O Ceará enfrentará um desesperado ´São Caetano´. O Azulão mudou de cidade (está em Itu) e o técnico Knevitz estuda melhor formação para enfrentar o Ceará. São bem diferentes os objetivos: o Ceará ainda sonha com o G-4. O São Caetano luta para não cair na zona de rebaixamento.

Brincadeira

A frase do rodapé só pode ser brincadeira do presidente do São Caetano. Ou talvez ele esteja fazendo hora com os torcedores. Mas vale advertência aos dirigentes do Ceará: cuidado com a arbitragem. Ganhar de time paulista lá é complicado.

Liderança

Mais do que nunca, com a experiência que tem, caberá a Sérgio Manoel comandar em campo o Ceará nesta reta final da Série B. A serenidade em campo será fundamental para conter os mais ansiosos. Evitará bobagens como expulsões desnecessárias e atitudes impensados.

Luto

Morreu César Sucupira, meu querido amigo aviador e integrante da Mansão dos Inocentes, do saudoso Mestre Hélio Guedes. Meus pêsames ao Paulinho Leme, filho do César, e meu companheiro no Sistema Verdes Mares. Missa às 09 horas na Funerária Ternura. Sepultamento às 10 horas no Parque da Paz. Fica a saudade.


Ainda acredito no acesso para a Série A, mesmo estando a 11 pontos do G-4.

Nairo Ferreira

Presidente do São Caetano