´Árbitros caseiros´
Há alguns dias fiz advertência sobre os riscos que representam os que, na linguagem do crítico Dacildo Mourão, são chamados de ´árbitros caseiros´. Lembrei isso quando citei que o Fortaleza poderá decidir sua sorte em São Paulo, enfrentando o Marília na última rodada. Decisão fora de casa requer cuidado com arbitragem. O Fortaleza foi vergonhosamente prejudicado pelo árbitro Paulo César de Oliveira (SP) na decisão da Série B de 2002 em Criciúma. Igualmente foi prejudicado pela arbitragem quando em Campinas decidiu com a Ponte Preta quem permaneceria na Série A. Já agora, antes mesmo de uma decisão de vaga, o Leão foi prejudicado com o pênalti inexistente, marcado pelo árbitro Leandro Pedro Voaden (RS). Esses dois pontos tomados agora do Fortaleza poderão fazer a diferença entre a ascensão ou não. Até quando a discriminação contra times do Nordeste? Hora de protestar, com veemência.
Explicação
Qual a diferença entre ´árbitros caseiros´ e árbitros desonestos? Dacildo Mourão explica assim: ´Desonesto é o que prejudica com dolo, de forma proposital mesmo. O caseiro é honesto, mas, porque medroso, acaba cedendo às pressões da torcida e de dirigentes locais´.
Parecidos
A diferença entre ´caseiros´ e desonestos é sutil, mas existe. Entretanto os efeitos de suas atuações sempre serão desastrosos porque interferem nos resultado. Mais do que nunca é preciso que os dirigentes estejam atentos aos ´fulanos´ que serão escalados daqui para frente.
Copa do Brasil
O Ceará também conhece os dramas das arbitragens. Roberto Godói entrou para a história como o árbitro que tomou do Ceará o título da Copa do Brasil de 1994. Hoje, ele pinta de comentarista e não reconhece seu erro. E tudo ficou por isso mesmo.
Trio
Adilson, Arlindo Maracanã e Erivélton fizeram a diferença na vitória, de virada, sobre o Remo. Mais uma vez ficou provada a importância de Arlindo Maracanã no esquema de Heriberto da Cunha. Mas cabe uma observação: no modelo 3-5-2 o Ceará me pareceu confuso. Só se encontrou na fase final, quando mudou de postura.
Passe
Chamou a atenção de todos o número de passes errados dados pelo Ceará. Nesta parte, ficou provado que Rômulo jamais pode exercer função de distribuir jogo, de voltar para buscar jogo. Errou até passes curtos. Rômulo sabe trabalhar a bola na área ou bem próximo a esta. Fora disso, sacrificam o melhor que ele tem a oferecer.
Fora
O próximo adversário do Ceará, o São Caetano, está a um ponto do rebaixamento, numa situação de risco. O jogo será no Estádio Anacleto Campanela. Portanto, vale a observação feita no comentário de abertura da coluna: cuidados com os ´árbitros caseiros´.
Tenso
Lamentei Spadotto não ter sabido aproveitar a chance que teve em Minas. A primeira bobagem resultou no cartão amarelo. A segunda, pior que a primeira, entrada tão violenta que merecia expulsão direta. Ele me pareceu tenso demais. Prejudicou o Leão.
Talento
De forma discreta, mas eficiente, o goleiro Tiago Cardoso conquistou a torcida do Fortaleza e os elogios da crônica. Pelo menos em três momentos evitou a vitória do Ipatinga. No chute de Beto, Tiago fez defesa espetacular. Ele cresceu na competição e ganhou a condição de titular pelo talento.
Melhorou
Mais do que nunca o Ceará vai precisar do futebol de Mazinho Lima. Ainda que ficando como opção, estará aí uma alternativa a mais para a geração de jogadas a partir da meia-cancha. Ficar tudo concentrado em Sérgio Manoel facilita a marcação dos adversários.
Vem o Vitória
Mais um clássico regional. Tenho mostrando o quanto esses clássicos equilibram. O Vitória ganhou do Santa em Recife (3 a 1), gols de Joãozinho, Edilson e Jackson. O Fortaleza deve, pois, colocar as barbas de molho. Este jogo sim, por ser em casa, obriga o Leão a uma vitória. Por certo, será um dos mais difíceis.
Pelas circunstâncias, não deixou de ser um bom resultado´.
Paulo Isidoro, sobre o empate em Minas
Meia do Fortaleza