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Respostas em campo

Há coisas no futebol que fogem da melhor apreciação. Respostas em campo que surpreendem o analista. A preocupação de Heriberto da Cunha com relação às contusões fazem sentido. Mas é bom lembrar que, no jogo passado, quando ganhou do então vice-líder Ipatinga, o Ceará não contou com Mazinho Lima e Arlindo Maracanã. Sim, as ausências de jogadores bons são sentidas, mas nem sempre representam grande queda de produção. Tudo depende das circunstâncias decorrentes do dia e do jogo em si. Contra o Ipatinga, por exemplo, Marcos Pimentel, que andara vacilando em jornadas passadas, fez bela apresentação. Tiago Almeida, que entrou no lugar de Luís Carlos, também esteve numa jornada muito boa. Além do mais, teoricamente o Ipatinga, pela campanha e pela posição, era considerado adversário mais difícil que o Remo, embora com relação a isso caiba algumas observações.

Clássico

Bato na mesma tecla: clássico regional deve ser tratado de forma especial. Teoricamente o Ipatinga tem melhor time que o Remo. É só examinar a campanha de cada um. Mas o Ipatinga não tinha a rivalidade que o Remo tem com o Ceará, mormente depois do Nordestão/1969.

Grupo

Quase não há alteração substancial entre a formação do Ceará que ganhou do Ipatinga e a possível formação de hoje: Adilson, Fernando Lombardi, Erivélton e Cauê; Marcos Pimentel, Tiago Almeida, Leanderson, Sérgio Manoel e Ademar; Zé Augusto e Rômulo.

Observações

Com o grupo acima, dá para o Ceará apresentar desempenho satisfatório, sim. Ademar jogou bem contra o Ipatinga. Apenas vacilou nas conclusões. Tiago Almeida, como citei, entrou bem no jogo. Seguro. Sérgio Manoel está em ótima fase. Adilson é bom demais. Rômulo reencontrou o caminho do gol.

Conseqüência

Será que a falta de regularidade na produção do Ceará decorre dessas duas ou três constantes substituições? Pode ser. Mas, no jogo passado, os substitutos tiverem produção satisfatória. Daí o questionamento sobre se é isso mesmo que impede a automação.

Interação

Verdade é que, quando o time alcança a chamada sintonia fina, inclusive com permanente interação com o banco de reservas, duas ou três substituições não alteram a essência do trabalho. Exceto os chamados jogadores que fazem profunda diferença, os demais conseguem normalmente manter o padrão.

Seqüência

É hora, pois, de o alvinegro tentar encaixar um seqüência de vitórias. Até hoje o Vozão não conseguiu sequer estabelecer três triunfos consecutivos. Daí a dificuldade que encontrou para chegar ao G-4. Sem uma seqüência significativa de triunfos, fica muito difícil.

Subida

Amanhã será a vez do Fortaleza em Minas. Para muitos, jogo de vida ou morte. Repercute ainda o entusiasmo do Zetti que, segundo avaliação própria, vitória sobre o Ipatinga representará o carimbo para voltar à Série A do Brasileirão.

Outro ângulo

Não foco apenas a vitória tricolor em Minas. Até um empate poderá ser bom. Ruim será uma derrota, pois poderá abalar a confiança do grupo. Citei que a vitória do Leão sobre o Coritiba foi o ´divisor de águas´. Já não penso que amanhã seja encontro de vida ou morte como disseram alguns. Será apenas mais um jogo difícil.

Desdobramento

Jogo de vida ou morte é quando define situação, isto é, fica ou sai da competição. No caso em tela, se houver tropeço em Minas, ainda assim será possível continuar rumo ao G-4, dependendo dos resultados dos concorrentes. A interdependência é grande. E nada estará definido.

Série desfalque

Acompanhei Avaí 2 x 2 Ipatinga no Ipatingão. O Avaí fez 2 a 0 e deu sufoco no Ipatinga. Mas, mesmo jogando mal, o Ipatinga reagiu e empatou. Quem comandou a reação dos mineiros foi Alessandro. Acontece que Alessandro, jogador essencial ao esquema, está fora do jogo diante do Fortaleza. Ótimo para o Leão.


'Deixai as crianças e não impeçais que venham a mim´.

Jesus Cristo
Evangelho de Mateus (19, 14)