Matéria-471608

Crise se extermina com vitórias, mas também com união. Se o Fortaleza não fizer um pacto geral pela a harmonia interna e externa, não sairá das dificuldades. O ambiente entre os jogadores terá de ser adoçado. A pressão em cima dos atletas reflete-se nos simples treinamentos, onde a cordialidade cede espaço a tratamento nada convencional entre membros do mesmo time. As colidentes declarações dos dirigentes, uns contra Zetti, outros a favor, também conduzem a interpretações díspares. Os próprios jogadores ficam a imaginar mil situações. Quem manda mesmo? Quem tem força? Quem é o dono? O Fortaleza ficou à mercê dos próximos resultados. Zetti teve direito a uma sobrevida. Marcelo Desidério, de forma acertada, ampliou o crédito ao treinador. Mas ninguém é bobo no futebol. Tudo está condicionado a uma mudança de postura. Se ganhar, ótimo, fim da crise. Se novo insucesso, só Deus sabe...

Sintomas

Após os evitáveis desentendimentos entre Emerson e Dude e depois entre Simão e Pedrinho, nada melhor do que um encontro para aproximar mais e descontrair todo o grupo. Esses pequenos contratempos só comprovam a velada tensão existente. Isso é ruim.

Emoções

Levar o grupo tricolor a entretenimento fora do âmbito do futebol, com a participação das famílias dos atletas, gera companheirismo e interação. É preciso quebrar o clima de carões públicos que não leva a nada. Dirigir empresa é diferente de administrar emoções.

Aproveitamento

Bonamigo (1 jogo, uma vitória, 100% de aproveitamento); Marco Aurélio (8 jogos, 3 vitórias, 5 derrotas, 37%); Knevitz (3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 22%); Jorge Veras (3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 66%); Zetti (10 jogos, 3 derrotas, 1 empate, 6 derrotas, 33% de aproveitamento. (Dados levantados pelo pesquisador Airton Fontenele).

Fechado

Quando há risco de manifestações que possam criar embaraços, sou a favor de treinos fechados. Caso do Fortaleza. Melhor evitar um problema do que deixar acontecer. Além disso, a própria assimilação dos atletas fica comprometida, pois padece insinuações vindas das arquibancadas.

Confiança

O Ceará terá condições de ganhar do líder, Coritiba? O presidente Eugênio Rabelo acha que sim. Ele disse que o problema do Ceará é quando enfrenta times que estão na zona. ´Aí o alvinegro ressuscita todos. Mas como agora pega o líder, o Ceará vai aprontar´, diz.

Animador

Fora de casa, o Ceará tem três vitórias (3 a 2 no Ituano, 2 a 1 na Portuguesa e 4 a 0 no CRB); quatro empates (2 a 2 Marília, 1 a 1 Santa, 0 a 0 Criciúma e 2 a 2 Vitória); cinco derrotas (Avaí, 2 a 0; Ipatinga, 4 a 1; Remo, 2 a 0; Brasiliense, 3 a 2; Santo André, 5 a 2).

Chance

Pela campanha alvinegra (sete jogos sem perder fora de casa), é possível, sim, pensar num resultado positivo diante do Coritiba, mesmo se sabendo que este experimenta sua melhor fase.

Amigos?

O choque de interesses no futebol é constante. Daí a bobagem de torcedores que brigam e se matam por gente que hoje está num clube e já amanhã no rival. Amigos de ocasião que assumem posturas contrárias na primeira mudança de time. Vejam o caso recente que dividiu o gerente do Palmeiras, Toninho Cecílio e o goleiro Bosco, amigos contemporâneos no Fortaleza.

Juntos e distantes

Hoje, Bosco está no São Paulo; Toninho Cecílio, no Palmeiras. Bosco simulou ter sofrido agressão no Parque Antártica e foi punido com um jogo. Cecílio achou pouco. Como Bosco irá a novo julgamento, Cecílio disparou: ´Ele merece dez jogos, pois tentou interditar o nosso estádio´.

Paulo César e Taylor

Familiares e amigos em oração, ontem, na missa de 7º dia pela alma do querido Paulo César Carioca, na Igreja do Conjunto Ceará. Paulo foi exemplo de profissional. /// Ontem, fez cinco anos da morte do amigo Francisco Taylor (Mão Branca), que, além de cronista, foi dirigente do Ceará Sporting. Saudade muita.

Recordando

1969. Time do Riachuelo, que fez muito sucesso no futebol cearense. A partir da esquerda (em pé): Maurício, Toni (filho do Otoni Diniz), Josa, Valdecy, Zé Carlos, Carlos Alberto e o massagista Mudo. Na mesma ordem (agachados): Zé Branco, Larry, Pouchain, Flávio e Chiquinho. (Colaboração de Jurandy Neves de Almeida - Montese).

"Isso nem passa pela minha cabeça. Temos que olhar para cima, para a Libertadores´.

Abel Braga, descartando possível rebaixamento para a Série B nacional
Técnico do Inter/RS