Contra-ataque
Duas situações distintas no Ceará: o resultado e a produção. Em Criciúma, o resultado foi ótimo. A produção ruim. Paradoxo? Não. Verdade mesmo. Sei que o alvinegro encarou o líder, dentro do Estádio Heriberto Hulse, onde o Criciúma continua invicto; Criciúma que já marcou 40 gols e tem dois atacantes com oito gols cada: Maurício e Kelson. Sim, o Ceará segurou o líder. Mas Deus sabe como. Padeceu sufoco. Verdade que ganhou o ponto que o interessava, mas mostrou claramente quanto é inoperante nos contra-ataques. Encaixou poucas vezes. No meu modo de entender, o Ceará pecou por não criar opções de finalização senão em instantes esporádicos e ocasionais. A tática de jogar fechado foi correta, mas errado o exagero do recuo, sem alternativas de conclusão na linha de frente. Contra o Vitória, o Ceará deve manter o modelo fechado, desde que também abra opções de contra-ataque.
Perigo
Já que citei o ataque do Criciúma, que tem 40 gols, é hora de alertar a defesa alvinegra: o Vitória, próximo adversário do Vozão, tem 43 gols, sendo o melhor da Série B. Portanto, em casa, no Barradão, deverá haver a mesma pressão que o Ceará suportou em Criciúma.
Êxito
Em meio a tantas turbulências no Fortaleza, o meia Rogério vem fazendo bem a parte que lhe toca. Fica, portanto, acima das críticas. Merece mesmo elogios pela aplicação e pelo explícito objetivo de crescer como profissional formado nas bases do Leão. O setorista tricolor, Nodge Nogueira, fez boas referências ao atleta. E, pelo que tenho visto, concordo plenamente.
Ligação
Sérgio Manoel, com a categoria que tem, pode ser perfeitamente o homem para levar o Ceará a um melhor desempenho ofensivo, na base da armação de contra-ataques. Repito: o Ceará não pode nem deve assumir na Bahia a postura de um time acuado, tal como foi em Criciúma. Será assumir risco demais, sem levar temor ao adversário.
Postura
O que faz manter o dono da casa um pouco mais cauteloso é exatamente o poder de fogo do visitante, nas surpresas provenientes de ligações velozes. Se o dono da banco observa a incapacidade do visitante neste mister, aí se manda todo e quase sempre obtém bons resultados. Bato na mesma tecla porque é inaceitável um time recuado durante 90 minutos e acréscimos.
Seqüência
As dificuldades do Fortaleza decorrem de uma seqüência de equívocos. E assumiu efervescência que não mais pode continuar, sob pena de o time entrar num declínio permanente.
Equívoco
O tricolor anunciou que havia fechado contrato até 2008 com o então técnico Marco Aurélio. Pouco depois, este foi demitido. E a palavra de quem o anunciou até 2008? Sumiu no ar.
Equívoco II
Sem os devidos cuidados, o Leão logo contratou Amauri Kenevitz. Este se perdeu em mudanças esdrúxulas, como se tivessem passado para ele erradas informações.
Equívoco III
Quando Jorge Veras e César, numa comissão técnica interina, estavam ajustando o grupo, estourou o caso Getúlio que, no lugar de ser contornado, resultou na demissão sumária do goleiro, fato ainda hoje não devidamente explicado.
Equívoco IV
O caso Simão, Léo e Rogerinho poderia ter sido resolvido sem alarde. Deu no que deu. Cadê a serenidade?
Despertar
Vavá busca melhor condição física para alcançar seu objetivo no Ceará. Há quem diga que o problema de Vavá é claro: como passou seis meses fora das competição, ele tem sentido a carga da Série B que é puxada, bem mais que certames estaduais. Daí as dificuldades dele. O ex-árbitro Hamilton Gomes pensa assim. Procede.
Recordando
Não faz muito, publiquei algumas fotos nas quais aparece o atacante Mendonça, que atuou em vários clubes cearenses na década de 60, como América e Quixadá. Mendonça está bem. Por sinal, aniversariou no dia 23 passado. O colaborador, Jurandy Neves de Almeida, mandou-me mais uma foto do Quixadá. A foto está estragada e estou tentando recuperá-la para a devida publicação. Fazem parte do grupo Tidão, Zé Preguinho, Everton, Jairo, Valdir, Catolé, Totó, Mendonça, Grilo, Célio e Tico. A foto foi batida no PV, em 1967. Detalhes: Jairo e Zé Preguinho já morreram.
"Acho que voltarei à seleção no futuro porque me preparo todo dia para que isso aconteça".
Wanderley Luxemburgo
Técnico do Santos