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O líder

O Ceará tem hoje difícil compromisso. Missão: enfrentar o líder da Série B, o Criciúma, dentro do Estádio Heriberto Hulse, em Santa Catarina. Durante bom tempo, o Criciúma manteve 100% de aproveitamento em seus domínios, fato interrompido apenas com o empate (2 a 2) diante da Portuguesa na 19ª rodada. Verdade é que o Criciúma ganhou tantos pontos que se tornou a sensação da Série B. Mas, de quatro jogos para cá, vem revelando redução no ritmo de sucesso: perdeu três jogos (Paulista, 3 a 1; Santa Cruz, 2 a 1; São Caetano, 1 a 0. Nessas circunstâncias, querendo a retomada, enfrentará o Ceará. Preocupa-me a produção alvinegra pelo que vi no segundo tempo da vitória sobre o Ituano (3 a 0). A vulnerabilidade da defesa ainda não está contornada conforme ficou patente quando o Ituano apertou e até teve um gol legítimo anulado. Ponto que gera alguns temores e apreensões.

Ataques

Criciúma e Vitória, próximos adversários do Ceará, têm o melhor ataque da competição: 40 gols cada. São jogos que exatamente por isso preocupam: tanto o de hoje, no Heriberto Hulse, quando o de sábado, no Barradão. A defesa alvinegra tem de estar atenta.

Goleadores

Maurício e Kelson, do Criciúma, estão com oito gols cada. Contribuíram sobremaneira para a marca de 40 gols do líder. Eles são constante motivo de preocupação. Tenho lembrado esses fatos no sentido de prevenir os alvinegros sobre a necessidade de maior vigilância.

Observações

Vi o Ceará empatar com o Criciúma no jogo do turno aqui. Vi também a derrota do Fortaleza (2 a 0) para o Criciúma no Heriberto Hulse. Nas duas partidas, observei um Criciúma aplicado. Nada, porém, de extraordinário. Depois, os catarinenses experimentaram fase de grandes vitórias. Já agora, pequeno declínio de produção.

Posição

Incrível como, de repente, um jogador se descobre perfeito em outra posição que não a sua de origem. Vejam aí o Arlindo Maracanã, em grande fase. Ele trafega na meia-cancha com a intimidade de quem conhece todos os segredos do setor. E mais: concluindo jogadas. Um achado.

Duro golpe

Simão, Léo e Rogerinho dispensados. Lamentável. Versões à parte, eis mais um duro golpe para a estrutura do Fortaleza. Simão estava num momento excelente. Léo em plena evolução, inclusive marcando gols. Rogerinho ganhando ritmo.

Choque

Certa ou errada a punição imposta pela diretoria do Fortaleza aos três jogadores? Do ponto de vista disciplinar, é compreensível. Mas do ponto de vista estrutural a medida é questionável. O Fortaleza, não faz muito, perdeu de forma esdrúxula seu goleiro titular, Getúlio. Agora manda embora três atletas. Isso pode comprometer o desempenho, se novas e boas contratações não forem feitas com urgência.

Adversário

Como diz o ex-árbitro, Hamilton Gomes, a Série B está tão embolada que se torna difícil opinar. Verdade. Taí o CRB, adversário do Fortaleza hoje. Vinha de três vitórias (4 a 3 no Vitória, 3 a 1 no Ituano e 3 a 2 no Barueri). Aí caiu em casa diante do modesto Santo André.

Goleador

Cuidado com o Nicácio, do CRB. O homem é goleador mesmo. Já está com nove gols, ao lado de Alex Terra, da Ponte Preta. Recado direto à defesa tricolor.

Retorno

O zagueiro César à disposição. Para mim é o melhor do futebol cearense. Foi ele quem cuidou de arrumar a defesa do Fortaleza, quando esta experimentava completa desorganização. Tem liderança, pois até técnico da equipe foi, quando dividiu a função com Jorge Veras.

Importância

Outro fato que igualmente favorece o zagueiro César: não raro, ele se apresenta na área adversária para conclusões. Já assinalou três gols, mais até do que muitos atacantes. Mais gols do que ele no tricolor só dois atacantes: Rinaldo (sete gols) e Cleiton (cinco). Daí a importância de César no conjunto da obra.

Recordando

Década de 80. Fortaleza. A partir da esquerda: Pedro Basílio, Sérgio Monte, Chagas, Alexandre, Zé Eduardo e Clésio. Na mesma ordem (agachados): Gerardinho, Assis Paraíba, Beijoca, ? , Gilmar. (colaboração de Alberdan Belão, de Santa Quitéria). Fiquei na dúvida sobre o ponta Gilmar e o meia que está ao seu lado.

Precisamos melhorar porque a Ferrari deu um passo maior que o nosso´.

Fernando Alonso, sobre as dificuldades das McLaren na largada

(Bicampeão mundial de Fórmula um)