Matéria-463830

Tormento

Subir para a Série A do Brasileirão é o objetivo natural dos que se encontram na segundona. Mas há um questionamento: vale a pena subir, sem as condições para lá se manter? Muita gente tem acompanhado a aflição do América de Natal, que está na lanterna da Série A. Existem cronistas que entendem ser melhor permanecer na Série B do que ascender à primeira divisão apenas para passar vergonha. De certo modo, compreendo a opinião destes. É deveras desconfortável a situação do América. Mas integro o rol dos que defendem a ascensão, mesmo em condições de risco. Explico: depois que o time sacramentar sua participação na Série A 2008, será mais fácil negociar novos patrocínios. Os valores das coberturas serão mais elevados. Enfim, o patamar superior comporta investimentos ousados. Verdade que o América /RN experimenta péssima fase. Motivo simples: fez a festa da ascensão. E parou. Daí o tormento.

Positivo

Já o Sport/PE colhe bons frutos. Está em 11º lugar, numa boa campanha. Tem todo o direito de sonhar com a Libertadores 2008. Diogo, lateral-direito revelado pelo clube, teve até um aumento salarial de 43%. Assim, está valendo a pena ter subido para a Série A.

Zona

Faltam 18 jogos para o término da ´A´. Quase o returno completo. Muita coisa poderá mudar. Mas, pelo visto no turno, é possível perceber quão difícil se tornou a situação do América. Apesar de tudo, ainda há condições de o América, num arrojado esforço, tentar a reação.

Redução

Nestes novos tempos do Brasileirão, o Fortaleza esteve duas vezes na Série A. Ficou patente ser difícil manter um clube nordestino na elite nacional, já pela diferença de aporte financeiro. A redução de representantes do Nordeste é grande. Lá já estiveram Vitória, Bahia, Fortaleza, Santa Cruz, Náutico, Sport e América. Hoje, só América, Sport e Náutico.

Oportunidade

Fortaleza e Ceará estão deixando escapar oportunidade altamente favorável à classificação. Afinal, sobem quatro times. E, na grande maioria, os concorrentes estão apresentando padrão semelhante. Quem fizer um ajuste a mais ampliará sobremaneira suas chances.

Espera

O jovem goleiro Douglas cede lugar a Mateus, que estreará diante da Portuguesa em São Paulo. Cabe ao Douglas entender que início de carreira é assim mesmo. Importante é que esteja pronto para situações emergenciais, tal como se houve bem nas duas partidas em que atuou.

Incisivo

O técnico do Ceará, Heriberto da Cunha, mais uma vez exterioriza sua insatisfação diante de incertezas que acontecem no Ceará. Agora é a situação de jogadores que, não recuperados totalmente, deixam dúvidas sobre se poderão ou não ser utilizados. O protesto do treinador foi incisivo.

Razão

Analisei a questão e vi que Heriberto tem razão. As dúvidas sobre Tiago Almeida, Vavá e Zé Augusto quebram a definição antecipada que permitiria ao técnico observar o comportamento da formação nos treinamentos. Definir em cima da hora compromete o planejamento. E, como conseqüência, o resultado.

Pecha

Não se concebe o Ceará como ressuscitador dos que estão na zona de rebaixamento. O alvinegro tem de pôr fim à pecha de restaurador das equipes desesperadas. O fim da missão “São Lázaro” é uma necessidade.

Atacantes

Fiquei impressionado quando Carlos Fred lembrou o número de atacante que passaram pelo Fortaleza este ano: Nonato, Bruno Mezenga, Isaías, Bruno Barbosa, Adriano Chuva, Neto Baiano e Ricardinho. Bom não esquecer que Darío Gigena foi anunciado, mas o argentino roeu a corda.

Prejuízos

Cada contratação mal feita resulta em prejuízos vários. São despesas com passagens aéreas, hospedagens, documentos diversos. Ônus sem ressarcimento. O tricolor contratou quase um time de atacantes e, ainda assim, há carência no elenco. Nesta hora não aparece quem indicou. Quando o jogador ´explode´, aparecem mil pais.

"O Diogo é muito novo. Temos muito cuidado para o sucesso não subir à cabeça do atleta"
Homero Lacerda, sobre o jogador revelação, de apenas 22 anos
Diretor de futebol do Sport/PE