Nova era Dunga
Brasil campeão das Américas. Duvidei. Até escrevi que seria injustiça a Argentina não ganhar o título, pois durante todo o certame exibira o melhor futebol. O Brasil, ao contrário, não convencera. E, na semifinal, até teve de contar com a ajuda da arbitragem na decisão por pênaltis diante do Uruguai. Mas, na grande final, as coisas se inverteram: o Brasil se agigantou e jogou; a Argentina implodiu e perdeu. Sumiu o futebol de Messi, Tevez e Riquelme. Apareceu o Futebol de Júlio Baptista, Daniel Alves e Robinho. Duvidei que o time de Dunga tivesse condições de dobrar o fabuloso espetáculo que Zanetti, Ayala, Heinze, Verón, Mascherano, Cambiasso vinham dando. Aprendi a lição: jamais se pode duvidar de uma seleção brasileira, principalmente quando desacreditada ou quando desfalcada de suas principais estrelas. Com estas, a Canarinho perdeu a Copa da Alemanha; sem estas, ganhou a Copa América. Começou bem a nova era Dunga.
Aproveitamento
Decepção a goleada sofrida pelo Fortaleza. O que me impressionou no Vitória foi ver jogadores que atuaram aqui e não foram aproveitados nem pelo Fortaleza nem pelo Ceará: Índio, Garrinchinha e Apodi. Possível incluir aí o Chicão, que, não faz muito, atuou no Leão.
Cearenses
Apenas para lembrar: quando o Fortaleza subiu para a Série A do Brasileirão, sob o comando de Luís Carlos Cruz, o time era quase todo composto por jogadores cearenses, ou seja, Jefferson, Chiquinho, Erandir, Ronaldo Angelim, Sérgio, Clodoaldo, Mazinho Lima, Dude...
Valorização
Hoje, os jogadores cearenses são mais valorizados pelos clubes de fora do que pelos chamados grandes da Capital. O negócio é contratar gente de fora. E tome passagem. E tome hospedagem. E tome dispensa. E tome indenização. E tome viagem de volta. Incompetência no contratar; incompetência no dispensar.
Limitações
O Ceará segue também o seu calvário de humilhações. No Castelão ou no PV, nada dá certo. Trocar de estádio me faz lembrar a piada do sofá. Amigos, não é o palco que atrapalha. Não é o cenário o culpado pelo insucesso. O problema está nos times que são limitados. Quem contratou, contratou mal. Escapam poucos, se for feita uma avaliação mais exigente.
Nomes
Citei, em coluna anterior, os jogadores que brilharam no Campeonato Cearense e que aqui não foram aproveitados. Esperem que já, já, eles aparecerão por aqui, brilhando em times de fora. Tem sido assim, sempre. Coisa que jamais compreendi. Há nítido preconceito contra os jogadores de casa
Troco
Não faz muito, Reinaldo Aleluia praticamente estava certo com o Fortaleza. Fotos do almoço, onde dirigentes e o jogador tratavam do negócio. De repente, nada feito. Aleluia foi para o Brasiliense. Resultado: veio aqui e, por ironia do destino, fez o gol da vitória do Brasiliense sobre o Fortaleza. Se tivesse ficado no Leão...
Semelhança
O Ceará contratou Sérgio Manoel como esperança de organizar o time. Ele entrou e foi expulso na estréia. Passou pouco tempo em campo. /// O Fortaleza contratou André Lima na esperança de organizar o setor esquerdo. Ele entrou e foi expulso na estréia. “Irmandade é isso”.
Vontade
Nesta 12ª rodada, aponto alguns jogadores que, mesmo em meio a tanto tormento, pelo menos mostraram vontade, luta: Thiago Almeida, pelo Ceará; Ígor, Rodrigo Broa e Dude, pelo Fortaleza. Não digo que jogaram bem. É bom não confundir. Apenas vi nesses atletas espírito de luta, ainda que diante das adversidades. Exemplo a ser seguido pelo demais.
A gente não pode ficar vendo a bola passar para só depois correr atrás.
Getúlio Vargas, após a derrota em Salvador, Goleiro do Fortaleza