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Ladeira

Basta uma olhada na classificação da Série B do Campeonato Brasileiro. O Fortaleza já esteve nas cabeças. O Ceará andou mirando o G-4. Tempos iniciais de esperança. Tempos atuais de desesperança. Olha a ladeira! Hoje o Leão ocupa a 12ª posição. Seis jogos sem ganhar. Mudou de técnico. Não mudou de futebol. Ruim. Torcida apreensiva. O Ceará é a imagem do encontro e do desencontro. Por mais paradoxal que pareça, perdeu em Belém quando fez uma boa partida. É sina. E mais: perdeu porque falhou quem dificilmente falha: Adilson. Olha a ladeira! O alvinegro vê agora se aproximar a zona de rebaixamento. Está a três pontos do primeiro da faixa maldita, o Avaí (17°), que tem 11 pontos. Sirene disparou. Sinal de alarme no mundo. Observação válida também para o Fortaleza que tem o mesmo número de pontos do Ceará (14). A diferença está apenas no saldo de gols (Leão tem menos três; o Ceará, menos cinco.

Mesma pedra

As contratações são perigosas quando feitas em regime de urgência. A pressa tem causado transtorno ao futebol. Pior do que não contratar é contratar errado. E o futebol cearense é useiro e vezeiro nessa abominável prática. Cuidado para não tropeçar na mesma pedra.

Titular

Rodrigo Broa tem vaga de titular no Fortaleza. Quando entra, dá maior clarividência ao time. Embora no jogo passado não tenha sido tão brilhante, ainda assim deixou evidente a sua marca no travessão. Verdade que, desta vez, não melhorou tanto a produção como das vezes anteriores, mas melhorou alguma coisa. Isso já basta como referência.

Ausência

Será que o técnico Amauri Knevitz notou a bobagem de não ter levado Rogerinho sequer no banco. Há certas decisões que não podem ser tomadas de afogadilho. Se ele estava chegando e não conhecia tão bem todo o grupo, não custava nada ter pedido informações mais seguras. Julgou pelas aparências. Cometeu equívoco.

Aconselhamento

Para o terceiro jogo do Fortaleza sob o comando de Amauri, não lhe custa nada pedir aconselhamento se ainda não se sentir bastante seguro sobre o material humano disponível no Leão. Não tira a pele de ninguém pedir mais informações. Difere bastante de ingerência indevida, ou seja, intromissão indesejada. Quando se fala em comissão técnica, entende-se que é comum a apreciação em grupo, embora a palavra final seja do treinador.

Transferida

A estréia de Sérgio Manoel não aconteceu. Ele entrou em campo, onde passou apenas alguns minutos. Entrar em campo é uma coisa; estrear é outra bem diferente. Pior é que, com a expulsão de Sérgio, a verdadeira estréia fica para o dia 21 de julho, um sábado, diante do Marília no Estádio Bento de Abreu. Até lá, tempo para o atleta se adaptar melhor e evitar precipitações como a reclamação que motivou sua expulsão em Belém.

Emergência

A despeito da derrota em Belém, observei que o técnico Heriberto da Cunha conseguiu captar bem as informações que lhe foram passadas sobre o elenco alvinegro. Mas só agora terá tempo para avaliar melhor o material humano disponível. Antes do jogo em Belém tudo foi muito emergencial.

Notas & notas

Já imaginaram se Robinho não estivesse na atual seleção. O Brasil já teria sido despachado mesmo. /// Hoje, faz 12 anos da morte do inesquecível João Saldanha, um dos mais notáveis cronistas esportivos do Brasil. /// O narrador sobralense, Marcos Mesquita, aprimora seu trabalho na equipe do Gomes Farias (Verdinha).

Em alta

Nem tudo é negativo no Ceará. Arlindo Maracanã voltou bem e já deu demonstração de que pode crescer de produção ainda mais. Embora improvisado na ala esquerda, construiu boas situações. Heriberto, com certeza, saberá a melhor maneira de utilizá-lo, quando não houver necessidade de improvisação.

Recordando

Lamentei profundamente a morte do meu amigo Gilvan Dias. Na década de 60, ele, como goleiro, foi campeão cearense pelo Gentilândia e pelo Ceará. Na função de treinador, campeão cearense pelo América (1966) e vice-campeão da Taça Brasil (1968) pelo Fortaleza, numa decisão com Botafogo. Eu comecei no rádio em 1965 no programa “Tarde Esportiva” que Gilvan comandava na Rádio Uirapuru. Muito aprendi com ele. Gilvan, radialista, jornalista, advogado. Presidiu durante muitos anos a Apcdec e o Fugap. Foi administrador do PV. Era do ramo. Fica a Saudade.

"Pódio nas quatro modalidades (praia e quadra, masculino e feminino) é quase obrigação".
Ary Graça, sobre o PAN
Presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV)