Jejum e abstinência
Mais uma rodada sem vitória cearense. Só empate e derrota. Decepção. Frustração. Jejum e abstinência. E mais preocupações. Bom para o Ipatinga, que ganhou um ponto fora de casa; ótimo para o Remo que faturou três em Belém. Péssimo para o futebol alencarino, ainda tateando em busca da recuperação. No PV, vaias da torcida do Fortaleza, inconformada com a sexta partida sem vitória. Inaceitável. Ricardinho teve duas chances incríveis. A segunda, então, do tipo que ninguém consegue entender. Talvez nem ele mesmo. Ari obrigou Posso a fazer espetacular defesa. Nada de gol. O Ipatinga tomou gosto no segundo tempo e até assustou. Getúlio Vargas operou milagre nunca conclusão perigosa de Walter Minhoca. Desta vez, nem mesmo a entrada de Rodrigo Broa na fase final conseguiu mudar a feição da partida. A impaciência da torcida tem razão de ser. Afinal, as vitórias sumiram do Pici.
Ausência
O Fortaleza com Rinaldo é um; sem Rinaldo é outro bem diferente. Fica reduzido o potencial de conclusão. Quando lembro que Rinaldo não foi a um jogo fora, afastado pela rebeldia num treino. Punição correta teria sido só a multa, não o afastamento. Leão perdeu lá.
Primor
Raimundo Fagner cada vez melhor. No programa do Belmino (TV Diário), ele encantou falando sobre seu novo “cd” cuja faixa-título é uma homenagem à cidade de Fortaleza. Seguem “Rancho das Flores”, “Maria Luíza”, “Maria do Futuro”, “No Tempo dos Quintais”... Está um primor. Sensível a dedicatória à presença de sua irmã, Marta, e aos saudosos Fares Lopes (seu irmão) e dona Chiquinha (sua mãe). Sobre futebol, Fagner se mostra preocupado com a ausência de time cearense na Série A.
Atacante
Adriano Chuva não está num bom momento. Decididamente, não consegue se encontrar. Isso vem irritando o torcedor que lhe pega pelo pé. E faz com que Adriano fique mais tenso, inquieto. Voltei a lembrar do Cleiton. Por muito menos pegou uma geladeira e depois foi emprestado. Pode?
Explicação
Torcida ensaiou o coro de burro, dirigido ao técnico Amauri Knevitz, quando este promoveu a saída de Ricardinho. Mas o jogador deu sinais para a torcida, explicando que pedira a substituição, pois estava sentido uma contusão. Pelo menos ali livrou a pele do treinador. Bonito gesto.
Erro fatal
Em Belém o Ceará estava com o jogo sob controle no segundo tempo. Acabara de criar duas grandes oportunidades. Uma com Thiago Almeida e outra com Vavá. Quando mais apertava o Remo, eis que um erro fatal cometido por Adilson abriu o caminho para a vitória dos paraenses. Incrível falha de Adilson. Lamentável.
Observações
O resultado (Remo, 2 a 0) não refletiu o equilíbrio do jogo. Aturam muito bem Arlindo Maracanã, Marcos Pimentel, Mazinho Lima. Pelo Remo, destaco Lucas, Soares e Wellignton. Houve lances polêmicos (dois pênaltis a favor do Remo e um a favor do Ceará, todos não marcados). O segundo gol do Remo nasceu de jogada irregular. Sérgio Manoel por isso reclamou e foi expulso. Infeliz estréia de Sérgio.
Oportunidade
Quem perdeu a melhor oportunidade do jogo foi o centroavante Vavá. Incrível. Espero que ele não fique encabulado com o que aconteceu. Arlindo Maracanã poderia ter finalizado e até marcado o gol, pois ótima a sua condição. Preferiu passar a Vavá que tinha melhor ângulo. Aí Vavá se enrolou todo. E perdeu. Estava 0 a 0.
Atrações
Victor Medeiros, presidente do Catuleve, Clube de Aviação Desportiva, cuida da programação do segundo semestre. No projeto, a realização do IV Campeonato Cearense de Rally de Aeronaves e do Fera (Fortaleza Encontro Regional de Aviação), que em outubro reunirá no Catu pilotos desportivos de todo o Nordeste.
Recordando
Ontem, citei o saudoso comentarista Paulino Rocha, que conheci na década de 60, na Rádio Dragão do Mar. Hoje, acrescento mais detalhes. Ele trabalhou na Ceará Rádio Clube. Posteriormente, foi contratado pela Rádio e TV Verdes Mares, onde brilhou intensamente. Ele apresentava no Canal 10 o comentário “Dois Minutos Com Paulino Rocha”, no segmento local do Jornal Nacional. Encerrava o comentário sempre com o “V”, de vitória. Nome para ser lembrado sempre. Dedico essas observações à senhora Valdênia Rocha, viúva do Paulino, grande exemplo de esposa e mãe.
"Não jogamos bem, mas conseguimos fazer os gols. E isso foi o importante".
Charles Guerreiro
Técnico do Remo