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Semelhanças

Ao Ceará cabe vencer. Pronto. Síntese da missão alvinegra. Não tem outro caminho a seguir. É cobrança. É pressão. Em casa, até agora um minguado pontinho. Pouco. Quase nada. Empate com o Criciúma (1 a 1). Primeira decepção. Derrota para o Vitória (3 a 0), autêntica prostração. Inaceitável, pois, novo tropeço em casa. Agora, diante do Clube de Regatas Brasil, a torcida está certa da recuperação. Nos treinamentos da semana, Marcelo Vilar deu todos os indicativos de sua pretensão. Na frente, não há dúvidas. Correções na defesa que permitiu a livre movimentação de jogadores do Fortaleza no clássico passado, obrigando Adilson a fazer três milagrosas defesas. A campanha do CRB tem semelhanças com a do Ceará: também perdeu em casa (1 x 2 Fortaleza), também empatou em casa (0 x 0 Ipatinga), também sofreu goleada (Santa Cruz, 4 a 1). E ganhou uma fora (Santo André 1 x 3 CRB). Que coisa parecida!

Acerto

De minha parte, quero crer que a defesa alvinegra será ajustada por Erivelton. Ele tem todas as condições de liderar esse compartimento que até aqui há se mostrado muito vulnerável. Não raro, deixa o goleiro Adilson exposto a situações delicadas. Hora de acertar, já.

Comando

Com toda a experiência e bom futebol que tem, Mazinho Lima bem poderia assumir o papel de dar as cartas na meia-cancha alvinegra. Claro que não pode mais ter o fôlego de um menino, mas a sabedoria do atleta veterano está no saber administrar esse parte, mediante correta distribuição de jogadas. O posicionamento correto também evita desgastes físicos com correrias desnecessárias. A turma da frente depende muito de Mazinho.

Em casa

Se conseguir os três pontos hoje, o Ceará chegará aos 10 e ampliará as possibilidades para a partida seguinte, que será contra o Coritiba, também aqui em Fortaleza. Aí, com 13 pontos (para os supersticiosos isso pesa), deixaria para trás qualquer inquietação. Só tem mesmo que aprender a ganhar em casa.

Segurança

Conheço o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Cel. Soares. Tive a oportunidade de, ao lado do comunicador Paulo Oliveira, conversar muito com ele. O Cel. Soares é muito preparado. Estou confiante. Com ele os vândalos não terão sossego. Pode até não extinguir o vandalismo, mas com certeza o reduzirá bastante.

Sintomático

Com a chegada de Bruno Mezenga, inclusive fazendo gol que definiu o clássico (Fortaleza 1 x 0 Ceará), claro estava que a situação ficaria mais difícil para o jovem Cleiton. Além disso, Isaías aí também na disputa pela posição. Chuva e Rinaldo em ação. Gradualmente as chances para o jovem atacante cearense foram sumindo. Cleiton, que é bom jogador, não pode quedar diante do novo momento. Tem que encarar a vida.

Força

Muitos jogadores dão a volta por cima exatamente após serem preteridos. Desafio que assumem para provar que mereciam outras chances. Assim deve ser orientado Cleiton. Sua família, de formação evangélica (congrega no Ministério Canaã da Assembléia de Deus em Fortaleza - pastor Jecer Goes), terá papel importante nessa hora.

Tocha

Cacá, comentarista da TV Diário, ex-jogador, campeão mundial de futsal, conduzirá a tocha do Pan nesta passagem hoje por Fortaleza. Ele faz parte do privilegiado grupo de ex-atletas que tiveram seus méritos reconhecidos e, por isso mesmo, chamados para tal mister.

Retorno

Dá mesmo para festejar a volta do zagueiro César Augusto Bellimichelon à zaga do Fortaleza contra o Criciúma, em Santa Catarina, na próxima sexta-feira. Incrível como a defesa tricolor desonerou com a ausência dele. Por mais paradoxal que pareça, é na ausência que se nota a presença de um jogador fundamental.

Recordando

Harry Carey foi um dos melhores goleiros que conheci. Na década de 60, brilhou no futebol cearense. Ganhou títulos pelo Ceará e pelo Fortaleza. Fazia defesas impressionantes em “saltos mortais”, inclusive para trás. Espetacular. Espécie de prestidigitador. Quase fazia sumir a bola e, de repente, já aparecia com ela nas mãos, segurando firme. Um goleiro, um artista, como malabarista circense. Notável. Depois que encerrou a carreira, voltou para Campina Grande. Morreu há alguns anos. Pena não haver filmes da época. A geração de hoje ficaria pasmada se visse os lances que eu vi.

"O Vasco está em início de trabalho, enquanto o Botafogo já está em uma seqüência".
Celso Roth, tentando justificar a goleada sofrida (4 a 0)
Técnico do Vasco da Gama