Cedo ainda
São vinte clubes. São trinta e oito rodadas. Portanto, muita água a correr ainda. Fortaleza, Marília, Ceará, Criciúma, Ponte Preta, Vitória, Santa Cruz, CRB, São Caetano, Portuguesa, Coritiba, Ipatinga, Remo, Gama, Avaí, Barueri, Brasiliense, Paulista, Ituano e Santo André. Até para decorar é difícil. Alguns times com maior tradição; outros em busca de afirmação agora. Não deu para comentar o jogo do Fortaleza, ontem, em Campinas, pois a coluna fechou antes de a partida acabar. Mas está aí a terceira rodada. Ceará e Vitória farão um clássico nordestino. Clássico de velhas tradições, onde até o apelido de “Seu Sete” dominou por certo tempo, haja vista uma goleada imposta pelo alvinegro dentro da Fonte Nova (7 a 2) nos bons tempos de Ivonísio Mosca de Carvalho e dos irmãos Da Costa. Passou. Hoje há todo um quadro de equilíbrio. É cedo, muito cedo ainda, para avaliação definitiva. Opto pela cautela.
Serviço
O jogador deve ter consciência quando avalia o que de retorno deu em campo ao clube. É a chamada contrapartida. Há jogadores que, quer pelo desinteresse, quer pela preguiça, ficam ausentes, principalmente nos momentos decisivos. Mas têm a cara de pau para reclamar.
Custo/benefício
Cabe ao clube examinar o quanto pagou e se esse valor foi correspondido pela produção do atleta que o recebeu. Se positiva a avaliação, vale continuar com o atleta. Caso contrário, há necessidade de um reexame da questão. Há atletas que compreendem isso; outros, não.
Rigor
Não me intrometo em assuntos que dizem respeito aos salários de jogadores. Quem assina um contrato (patrões e empregados) deve dimensionar bem as condições específicas. Irresponsável é quem não avalia rigorosamente essa parte.
Salários
Não é fácil negociar redução salarial. Tem lá quem queira ganhar menos, fazendo cair seu próprio padrão de vida. Mas há situações em que as circunstâncias levam a isso, ainda que constrangedora a posição dos envolvidos. Vale a consciência dos negociadores. Pena que nem sempre impere o respeito recíproco.
Cariri
O Icasa contratou Arnaldo Lira e já faz projeções para sua participação na Série C. E mais: Zacarias Silva cuida do CT do Verdão, que tem obras em andamento. Kleber Lavor garantiu no Debate Bola (TV Diário) que a perda do título não desestimulou o grupo que continuará sua luta em busca de um título estadual em campo (fora de campo já tem um).
Exemplo
A postura dos dirigentes do Icasa é louvável. Revela amadurecimento e consciência da responsabilidade de manter o Cariri como segundo maior centro futebolístico do Estado.
Na cabeça
Enquanto isso, o Guarany de Sobral ainda anda tateando na segundona cearense, com resultados insatisfatórios. A contratação do técnico Moacir Fernandes é uma tentativa de retomada. Pela pujança da cidade de Sobral, o Guarany deveria estar na cabeça e não oscilando como nos últimos anos.
Resultados
Wanderley Luxemburgo disse que o América/RN irá lutar para não ser rebaixado. No meu modo de entender, Luxemburgo está fazendo avaliação prematura, pois a Série A está começando agora. Os clubes do Nordeste geralmente são vistos assim. A único forma de o nordestino responder será com resultados em campo. Assim como o América fez na Vila.
Reconhecimento
É geralmente muito difícil o reconhecimento de valores de times nordestinos por parte da maioria dos cronistas do Sul/Sudeste. Mas todos se curvaram ante a atuação do zagueiro Edson Borges, do América/RN, autor dos três gols da vitória americana sobre o Santos em plena Vila.
Três
A rigor, após os eventos esportivos do fim de semana que passou, três nomes ganharam espaço na grande mídia nacional: Romário (pelo milésimo gol), Jadel Gregório (pelo recorde sul-americano no salto triplo) e Edson Borges, o zagueiro-artilheiro do América de Natal, que deixou aparvalhado o técnico Luxemburgo.
"Nossa equipe é forte e a vitória sobre o Santos prova que não estamos para brincadeira".
Edson Borges
Zagueiro do América/RN, autor dos três gols em plena Vila Belmiro