Argumentos
Situação delicada a do Ferroviário. Está a quatro pontos da quarta colocação. Em síntese: mesmo que o Ferrão consiga vencer, ainda assim não chegará ao G-4 nesta rodada. O primeiro passo dos corais, portanto, é a luta pela redução da margem. Depois, empreender a batalha decisiva para voltar ao grupo de classificados. Em menos de três meses, o Ferrão chega ao terceiro treinador: Daniel Frasson. E terá de adaptar-se às novas circunstâncias. No Ceará, duas missões: ampliar a margem de pontos para não ser incomodado no G-4 e espantar a frustração decorrente da derrota para o Botafogo. Além disso, foco no que o técnico Marcelo Vilar vem, repetidas vezes, reclamando: a impossibilidade de recuperação física dos atletas pela seqüência de jogos. Agora mesmo, o Ferroviário teve uma semana sem tarefas, enquanto o Ceará teve de enfrentar o Botafogo/RJ. Para um clássico valem todos os argumentos.
Estréia
Daniel Frasson tem nova missão a partir de amanhã: levar o Ferroviário ao G-4. Tem a vantagem de conhecer todo o grupo, pois, quando técnico do Fortaleza, acompanhou com interesse os adversários. Era técnico do Leão, quando goleou (4 a 0) seu atual time.
Defeitos
Pelo resultado do jogo de ida (Fortaleza 4 x 0 Ferroviário), já se vê que Daniel Frasson conhecia bem as fragilidades corais, ou seja, os pontos vulneráveis do Ferrão. Creio que agora saberá neutralizar a situação que o favoreceu no primeiro jogo entre ambos.
Esquema
A propósito, se optar pelo modelo 3-5-2, formando atrás com Jailson, Nemézio e Lopes, Daniel Frasson assumirá os naturais riscos que esse tipo de composição oferece. Requer perfeita harmonia, pois, numa vacilo de movimentação, deixa sempre muita exposta a defesa aos avanços adversários.
Seis
Nunca pensei ser tão perguntado a respeito dos jogadores que o Ceará promete à sua torcida. Sou mais de aguardar para analisar o fato, após concretizado. Aliás, a respeito de contratações, incluindo as dos demais clubes, alguns bons jogadores sim, mas nada de extraordinário.
Afirmação
Já que o assunto é contração, quem vem mostrando serviço e evoluindo é o goleiro Getúlio Vargas. Nos primeiros jogos, passou a idéia de insegurança nas saídas do gol. Já agora, há conquistado a confiança geral, haja vista a seqüência de grande defesas em todos os jogos. Em Goiânia então...
Margem
A tarefa do Itapipoca também é delicada. Com 24 pontos, apertado pelo Ceará com 23, o time do Eudi Assunção terá de ampliar a margem. O time enfrentará os três grandes da Capital. Amanhã, o Fortaleza; dia 25, o Ceará; e dia 08 de abril o Ferroviário. Coincidência ou não, pedreira muita no caminho do Ita, que é pedra.
Surpresa
Apenas um lembrete: foi o Itapipoca que, logo na estréia (14 de janeiro), ganhou do Fortaleza (2 a 1) em pleno PV. O Leão saiu de campo, vaiado por sua torcida. Agora, tudo mudou. O Fortaleza é líder. E o treinador, Paulo Bonamigo, está invicto.
Equilíbrio
Embora o Fortaleza esteja numa situação privilegiada, há certo equilíbrio, sempre que no Estádio Perilo Teixeira o Itapipoca atua diante dos chamados grandes. Se bem que nesse estádio padeceu alguns tropeços.
Pontos perdidos
Em casa, o Itapipoca perdeu para o Icasa (0 x 1), empatou com Maranguape (2 a 2) e empatou com o Quixadá (2 a 2). Portanto, perdeu sete pontos em casa. Desses, contava como certos os três pontos diante do Maranguape e três diante do Quixadá. Mas não foi assim.
Clássico
O Cariri viverá amanhã seu maior clássico, Guarani x Icasa. Desde a década de 60, tradição e muita história para contar entre os rivais. No momento, o Icasa tem melhor time. Mas clássico nivela tudo. O Verdão sem Daniel Sobralense. O Guarani sem Ismael. Não há favorito. Nunca tive a oportunidade de ver o clássico do Cariri.
"Acredito que Daniel Frasson saberá devolver ao Ferroviário o padrão dos primeiros jogos".
João Castelo Branco Gouveia
Da CDA