Homem da bicicleta
Fiquei com aquela imagem gravada na memória. Passou na tv: um torcedor, de bicicleta, com a bandeira do Ferroviário, passeando no alto da arquibancada do PV, quando do jogo Ferroviário 3 x 2 Quixadá. O câmera do Canal 22 acompanhou tudo. Também fiquei atento. E o torcedor, despreocupado, seguiu na sua bicicleta pela arquibancada, sem se abalar com o que acontecia em campo. Nem quando o Ferrão estava perdendo, nem com os gols de Dedé e Sérgio Alves (2), o homem da bicicleta se alterou. E, como companheiros inseparáveis, saíram juntos do PV, desafiando o trânsito louco da metrópole. Torcedor pacato. Apenas olhou, quando outros despejavam palavrões contra o técnico Dutra. Nos próximos jogos, o homem da bicicleta por certo estará nos estádios. E vai merecer reportagem especial. Até temo que, nestas coisas do futebol, um dia apareça alguém querendo que ele pague dois ingressos: o dele e o da bicicleta.
Paz
Um torcedor pacato, como a rapaz da bicicleta, jamais terá problema nos estádios porque não se envolve em conflitos ou confusões. Vê o jogo sem incomodar ninguém. Faz a parte dele. Paga ingresso, ajuda o time e depois, independente do resultado, vai embora.
Bandeira
Na bicicleta do torcedor, a bandeira coral parecia a própria bandeira da paz. Por onde ele passava, todos os demais o olhavam com reverência, como num gesto de respeito ao símbolo do clube. Nada de frases de efeito. Só as cores. Pronto. Mensagem dada. Muito bem dada.
Copa do Brasil
Hoje tem Ceará x Barras. No jogo de ida, o Ceará não jogou nada. Nadou. Chuva muita. Hoje, não pode patinar. Se assim for, dança. Copa do Brasil com suas peculiaridades. Risco maior será se o alvinegro sofrer o primeiro gol. Aí complicará mesmo.
Dois tempos
Não gostei do segundo tempo do Ceará no jogo em Maranguape. Arriou. Se o time resolveu se poupar porque entendeu que estava com a vitória construída (ganhava por 2 a 0), tomou tal decisão cedo demais. Hoje, o alvinegro terá se ser inteiro nos dois tempos. Se quiser mesmo continuar na Copa do Brasil.
Gol
Para cada gol que o Barras assinalar no PV, o Ceará terá de marcar dois. Esse modelo da Copa do Brasil não pode ser esquecido, mormente por um time que, como o Ceará, precisará de uma diferença de dois gols. Síntese: terá de subir, mas sem se expor muito na retaguarda. Saber dosar é a solução.
Novo tempo
Daniel Frasson tem de ir se acostumando com as situações desagradáveis da vida de treinador: uma injustiça aqui, uma ingratidão acolá. Faz parte da função. Vi Luís Carlos Cruz chorar, quando certa feita foi demitido do Ceará. Anos depois, voltou ao alvinegro e deixou o clube, alegando que não era milagreiro. Um dia da caça, outro do caçador.
Turbulência
Só mesmo alguma insatisfação ou desentendimento interno para explicar a saída de Alan, do Fortaleza. No campo, teve bons momentos, inclusive na Série A, onde assinalou gols como homem surpresa. De repente, não serve mais.
Transição
A fase de transição do tricolor requer serenidade. A situação é plenamente contornável, haja vista a qualidade do elenco e a posição que o time ocupa na classificação, ou seja, vice-líder com 21 pontos, tendo o ataque mais positivo (26 gols).
Espera
Entra dia, sai dia. Entra semana, sai semana. Enquanto isso, o atacante Vavá à margem, à espera do momento de voltar a jogar futebol. Imagine a aflição dele, que do futebol tira o sustento para sua família. Enquanto isso, seus “proprietários” estão por aí, muito bem de vida...
Visita
José Renato Sátiro Santiago Júnior (36), em parceria com Gustavo Carvalho, escreveu o livro “Copas do Mundo - Das Eliminatórias ao Título”. Ele está em Fortaleza e deu de presente um exemplar ao historiador Airton Fontenele. Enriqueceu o acervo da Sala João Saldanha. Renato é filho de tradicional família cearense.
"Domingo, achei covardia onze homens não jogarem bem por puro capricho".
Evandro Lima dos Santos
Torcedor do Fortaleza