Prejuízos
Sou de um tempo em que clássico representava lucro certo para a empresas de transporte coletivo. Quanto mais torcedores a transportar, melhor. Todos queriam colocar ônibus extra, pois o faturamento era dobrado. As torcidas não brigavam, não danificavam os veículos. Não havia “barricadas”. Hoje, clássico é sinônimo de prejuízo para os empresários do setor de transporte público. Dor de cabeça para quem tem de cobrir as linhas regulares que levam ao Castelão. Só prejuízos. Nos trajetos, torcedores atiram pedras nos ônibus. Se ingressam nos mesmos, não pagam, passam por cima das borboletas, quebram assentos. Motoristas e trocadores ameaçados, sem a mínima condição de reagir diante dos fatos. O problema é sério. Os passageiros educados, autênticos desportistas, também sofrem com os vândalos. E muitas vezes até evitam ir aos clássicos. Violência fora do estádio. É lamentável.
Realidade
Não se trata de saudosismo, mas de questionamento. Por que os torcedores de hoje são tão violentos? Por que a falta de educação dessa gente? Taí todo um sistema de segurança montado. Ainda assim, os temores continuam. Os vândalos são astuciosos e imprevisíveis.
Marketing
Ainda repercute a idéia de Reinaldo Aleluia, que sugeriu a Rinaldo a doação de cesta básica por parte de quem perder o clássico. Melhor ainda ter Rinaldo topado a parada, inclusive dobrando o valor da proposta. É assim, com decência e sensibilidade, que se promove um clássico.
Local
O Castelão foi construído para ser a redenção do futebol cearense. Contribuição do governo da época ao esporte das multidões. Incoerência seria inviabilizá-lo agora mediante taxas elevadas. O Castelão é para servir ao futebol e não para se servir dele.
Alternativas
Os grande estádios do mundo não são mantidos pelas taxas do futebol senão pela utilização diversificada e alternativa: renda de museu, show, ocupação de salas, espaços, etc. É por aí.
Agradecimento
O lateral-esquerdo, Marcelo, de 23 anos, que jogou no Ferroviário, Parnaíba e, por último, Guarani (J), ingressou no ensino universitário, cursando Educação Física. Marcelo agradece a Agap, na pessoa de seu presidente, Gilvan Dias, o apoio recebido. Ser grato é isso, amigo.
Passagem
Nodge Nogueira me informa que Lelê não é pirarucu. “Ele é cria do Fortaleza onde começou e passou algum tempo. No tricolor, Lelê atuou nas categorias de base. Teve poucas chances. Eu até me surpreendi quando soube que o mesmo estava no Ceará. O jovem possui qualidades, mas precisa ser lapidado. Espero que o mesmo se dê bem, pois é um bom garoto”, diz Nodge.
Mensagem
De Leonardo Almeida: “Se o Ferroviário der mole, nem para série C conseguirá vagas, pois Itapipoca e Icasa vão somando pontos e ganhando distância. Detalhe: só há duas vagas para o futebol cearense. O Ferrão é um time que sabe valorizar a posse de bola, mas lhe falta objetividade”.
Convocação
Wilemar Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo do Ferroviário, convoca os integrantes para a assembléia geral extraordinária, dia 13 próximo, às 19 horas, no Náutico Atlético Cearense. Mote: deliberar sobre reforma e adequação dos estatutos à atual legislação federal que disciplina a matéria, bem como substituição de conselheiros ausentes ou falecidos.
Goleador
Não sei a razão por que Danilo Pitbull ainda não foi contratado por um time grande. Desde o ano passado que ele mostra talento. No Uniclinic, mesmo com as dificuldades que o time vem experimentando, Danilo tem assinalado seus gols e marcado boa presença de área. Ele é melhor que muitos “importados”.
Recordando
Cantinho da saudade, como diria o grande narrador Fiori Gigliotti, falecido no ano passado. Cantinho que hoje lembra o ponta-esquerda Babá, cearense que na década de 50 brilhou no Flamengo. Babá atuou uma vez pela Seleção Brasileira. Impressionava por ser muito pequeno, assim como o Lelê, do Ceará. Nem por isso Babá deixou de mostrar sua categoria em pleno Maracanã, onde ganhou títulos pelo Mengão. Em 1967, de volta à terrinha, Babá jogou no Ceará. Quando encerrou a carreira, trabalhou Cia. Docas, onde se aposentou.
Idade traz experiência. Mas os técnicos jovens do Brasil estão dando uma surra nos velhos´.
F J T de Santana, Funcionário de Brandão Filhos Fortship Agência Marítima Ltda