Técnico de casa
Dimas nasceu no Rio, mas é cearense por opção. Lira não é daqui, mas é cearense por vontade interior. Os dois disputaram voto a voto a posição de melhor técnico de 2006. Daniel Frasson nasceu em Santa Catarina, mas já fez do Ceará sua terra predileta. E resolveu morar em Fortaleza. José Dutra é um carioca/paraense e paraense/cearense. Explico: ele está tão integrado aos dois estados que é capaz de dissertar sobre o futebol de ambos com a desenvoltura dos naturais da terra. O futebol cearense está apostando nessa gente. Motivos há. Em certames passados, técnicos caríssimos e famosos não levaram os times alencarinos a lugar nenhum senão a vexame continuado. Pelo menos no momento, badalação com treinador de fora está fora dos planos. Os da vez são os daqui mesmo ou os afins, como Dutra. Inverteram-se os papéis. Profetas de casa fizeram milagres. Profetas de fora nada fizeram. Salários compatíveis com a realidade. Fim dos salários astronômicos. Com o salário de um técnico do Sul/Sudeste dá para contratar dois ou três bons jogadores. Técnicos de casa em alta. Que saibam aproveitar, pois.
Compromisso
Impressionou-me o compromisso profissional de Daniel Frasson. Ele me explicou que, desde jovem, traçou sua vida no esporte. E cedo decidiu que, quando encostasse a chuteira, abraçaria a carreira de treinador. Não deu outra. Aí está sua primeira oportunidade num time grande. Como foi comandado por técnicos famosos no Palmeiras e no Internacional/RS, de cada um aproveitou o melhor ensinamento. Isso agora lhe será de grande utilidade.
Bobagem
Tenho a impressão de que o estado do Ceará é único que ainda cultiva a cultura da rasteira. Para mim, coisa boba. Só quem sai ganhando é o jogador, pois fica muito valorizado, em virtude do leilão. Cuidado!
Testemunha
Quando da morte do compositor Braguinha, autor de Touradas em Madrid, lembrei que, em 1950, o grande Blanchard Girão estava no Maracanã e cantou essa música na vitória sobre a Espanha. Mas, dias depois, no mesmo Maraca, chorou a perda do título para o Uruguai. Testemunha ocular.
Valorização
A lei da oferta e da procura dita preços do mercado. No futebol não é diferente. Acontece que alguns dirigentes, que agem mais como torcedores do que como profissionais, criam leilões desnecessários, onde só os clubes saem perdendo.
Miopia
Agora mesmo houve leilões concretos no futebol cearense. Duvido que clubes de outros estados assumam postura errada assim. Rivalidade, sim. Falta de visão e de inteligência, não.
Retorno
Zagueiro Wanderley de volta ao Ceará. Na sua primeira passagem, teve começo inseguro. Depois, firmou-se como xerife, sendo seu melhor momento na Copa do Brasil, quando, em pleno Castelão, perdeu a chance de ir à decisão na derrota para o Fluminense. Compensa, com muito espírito de luta, a falta de melhor técnica.
Oportunidade
Já o zagueiro Jefferson, que também jogou no Ceará, está tendo a oportunidade de nova observação. Como Dimas Filgueiras o conhece muito bem, saberá se o atual futebol de Jefersson justificará a permanência definitiva do atleta em Porangabuçu. O jogador tem se empenhado muito.
Especial
Domingo, 31 de dezembro, a partir de 22 horas, na TV Diário, “Debate Bola Especial”, de passagem de ano, que apresentará retrospecto do que houve em 2006. Também apresentará as perspectivas para 2007.
Valores
Afinal, jogador de futebol e artista de televisão ganham mesmo os salários astronômicos que são divulgados através da imprensa? Não digo salários, mas salários e gratificações. Sim, ganham bem, mas há muito de fantasia para impressionar o público. A Receita Federal que o diga.
Rótulo
Alguns desportivas famosos e grandes ídolos da televisão ganham fortuna, mas apenas uma minoria. A grande maioria fica mais no rótulo, na impressão. Em muitos casos, há mais fama que dinheiro, mais cinema que verdade, mais bazófia que realidade.
"Psicólogo, na visão dos caciques do esporte, é um adorno desnecessário."
João Ricardo Cozac, sobre as pré-temporadas dos clubes de futebol. - psicólogo