Touradas em Madrid
Não raro, futebol e música andam juntos. Copa do Mundo de 1950. Maracanã, casa cheia. Brasil mete 6 a 1 na Espanha. O público vai ao delírio e canta Touradas em Madrid, sucesso carnavalesco de Braguinha. Famoso e inesquecível Braguinha, que morreu domingo passado. Em 1981, eu estava na Bahia. Fonte Nova lotada. Brasil x Espanha. Antes de o jogo começar, a música Pombo Correio, de Moraes Moreira, tomou conta do público. Carnaval fora de época, mormente quando Baltazar fez Brasil 1 a 0. Uma festa. Aqui, compositor ligado ao futebol é Jackson de Carvalho, autor do Hino do Fortaleza e de músicas carnavalescas. Quem não lembra do sucesso “O Charuto do Rolim”? A torcida também faz a sua parte. Exemplo: o Melô do Clodoaldo, que Victor Hannover, nas suas reportagens, mandou para as telinhas nacionais - “O Terror, Clodoaldo é Matador”. Na década de 50, sucesso fez o Samba Rubro-Negro, de Wilson Batista e Jorge de Castro: “Flamengo joga amanhã, eu vou pra lá. Vai haver mais um baile no Maracanã”... Braguinha morreu. Não morreu: suas músicas são eternas.
Contratados
Claro que não posso opinar sobre o goleiro Getúlio Vargas, o zagueiro Thiago Campos, o volante Marabá e o atacante Bruno Barbosa, todos contratados pelo Fortaleza. Há, porém um fator que favorece o quarteto: a recomendação de Ronaldo Angelim. É uma iniciativa de risco calculado: quem der certo, fica; quem não corresponder, pode ter seu contrato rescindido. Os custos são reduzidos, se comparados aos astros que aqui estiveram este ano.
Lateral
Já com relação ao lateral Valentim, tive a oportunidade de vê-lo jogar algumas vezes. Sempre se houve bem nos jogos por mim acompanhados. Tem tudo para dar certo no Pici. Basta estar em forma.
Goleiros
Se todo time bom começa por um bom goleiro, Carlos Fred diz que foi um descuido tricolor não ter ficado com Albérico ou Edson para 2007. Aliás, Albérico foi duplamente injustiçado: 1°) quando sacado; 2°) quando não teve seu contrato renovado para 2007.
Sem modismo
O surgimento de Moré e, posteriormente, de Vavá, ambos descobertos em rodas de futebol fora da elite, deu ânimo novo aos jovens que vivem mendigando uma oportunidade nos chamados times grandes. Ainda hoje entendo que Moré não teve melhor sorte porque, mais que Vavá, padeceu as agonias da discriminação. Os figurões trazidos de fora tinham de jogar e justificar suas caras contratações. Aí Moré perdeu o elã. Queira Deus que o aproveitamento via peneirada seja uma alternativa, não modismo.
Solidariedade
De Marcos Gaúcho, presidente do Sindicado dos Atletas de Futebol do Ceará: “Foi um sucesso o Futebol Solidário, realizado no Quintino Cunha, numa parceria entre o SAFECE (Sindicato dos Atletas) e a LIGAFFI. Arrecadamos mais de uma tonelada de comida para famílias carentes da comunidade. Foi importante a presença de nomes como Maurílio, Daniel Frasson, Raul, Roberto Cearense, Magno Moraes, Denilson, Januário, o goleiro Jefferson, Jorge Veras, Válter, dentre outros. Temos a convicção de que podemos utilizar a imagem dos atletas de futebol em prol dos menos favorecidos.” Parabéns, Marcos. A iniciativa é boa. E leva também os atletas a uma reflexão sobre o próximo.
Temporada
Em relação aos anos anteriores, a temporada do Ceará para 2007, ontem iniciada, é a melhor, pois já tem a espinha dorsal. Houve um ano em que o Vozão começou apenas com dois jogadores...
Relatório
Simples e objetivo. Assim pode ser definido o relatório do técnico do Ferroviário, José Dutra. Aliás, o sucesso de Dutra como treinador de futebol está baseado exatamente nisso. Não complica. Faz leitura rápida do jogo e promove o modelo tático de acordo com o material humano disponível. É por aí.
Ilusão
Sou de um tempo em que os jogadores pertenciam aos clubes. Aí acabaram com o instrumento do passe em nome da emancipação dos atletas. Hoje, todos estão na dependência de empresários. Trocaram apenas de dono. Liberdade ilusória
"A vida só gosta de quem gosta dela."
Braguinha - compositor