Inesquecíveis imagens corais de todos os tempos

Hoje, aniversário de uma das mais queridas agremiações do Nordeste. De Mata Pasto e Jurubeba a Ferroviário, de 1933 a 2020, uma bela história de 87 anos. Quando o assunto é Ferroviário, entram como componentes a simpatia, o carinho, a afeição. Aí a gente fala ou escreve movido pelos sentimentos bons. Tenho motivos especiais para nutrir tamanha admiração pelos corais. Em 1957, eu, menino de 10 anos, muitas vezes vi o “time erreveceano” passar a pé defronte à minha casa na Rua Padre Francisco Pinto rumo ao PV. Os jogadores iam uniformizados. É que a sede do clube ficava perto do estádio. Hoje relembro com emoção aqueles momentos encantadores. Assim vi Dadá, Gilvan, Nozinho, Manoelzinho, Eudócio, Macaúba, Ferreira, Fernando, Kitt, Nirtô, Macaco, Pacoti, Aldo, Zé de Melo e outros mais. A torcida do Ferroviário, na época, lotava os estádios tanto quanto as torcidas do Ceará e do Fortaleza. Era também chamado de “Time das Temporadas”, pois quase imbatível diante de equipes de fora que vinham jogar aqui. Foram inesquecíveis imagens que ficaram marcadas na minha memória de garoto.

Respeito

Aprendi a ter pelo Ferroviário enorme respeito. Dos nove títulos que conquistou, acompanhei seis (1968, 1970, 1979, 1988, 1994 e 1995). Os títulos corais foram sempre conquistados de forma irretocável, com uma supremacia ostensiva. O título de campeão brasileiro da Série D, em 2018, recolocou o Ferrão no patamar dos grandes vitoriosos.

Nomes

Citar jogadores é ruim porque a memória falha. Sem querer a gente acaba cometendo injustiças. Mas é indiscutível que Pacoti representa o ídolo maior no qual se pode homenagear todos os demais atletas que edificaram a gloriosa história coral. Além dele, Mirandinha e Jardel, que chegaram à Seleção Brasileira principal.

Referências

Iarley, cria coral, notável jogador duas vezes campeão mundial de clubes, começou e encerrou sua carreira no Ferroviário. // Em 1973 o goleiro Marcelino estabeleceu a marca de 1.295 minutos sem sofrer gol, recorde cearense até hoje. Na época o recorde brasileiro era de Jorge Reis (1.604). Depois Mazaropi passou (1.816), recorde mundial. E Neneca (1.636) é o segundo.

O Ferroviário teve dirigentes notáveis. Um nome, por sua visão futurista, deixou a marca de seu talento duplamente registrada na história coral: Ruy do Ceará. Duplamente porque em campo três títulos memoráveis: 1968, 1970 e 1979.  Além disso, a consolidação patrimonial.

Ruy lutou para ver o Ferroviário com sede e estádio próprios, patrimônio que está aí. Mas, como ele sempre disse, isso só possível pelo apoio de José Rego Filho, Chateaubriand Arrais e Elzir Cabral. Hoje o doutor Ruy enfrenta delicado momento, em decorrência de um AVC.