Humildade e reconhecimento

Chegou a hora de um levantamento sobre o que de bom e de ruim o ano 2019 está deixando no âmbito do futebol brasileiro. A rigor, uma comprovação nada favorável: o reconhecimento de que a Europa é a senhora dominadora da arte que já foi nossa pelos pés de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo Nazário, Ronaldinho... Hoje, o humilde reconhecimento de que o Brasil está ultrapassado. E precisará de séria revisão de conceitos caso queira retomar a hegemonia.

É claro que as disparidades econômicas e financeiras entre a Europa e a América do Sul, bem favoráveis ao Velho Mundo, colocaram no momento uma barreira intransponível entre o euro e o real. Barreira maior ainda quando a moeda é a libra. O elevado poder aquisitivo da Inglaterra, França, Espanha, Alemanha e Itália não permite que os clubes brasileiros sustentem aqui os valores revelados. E assim, o melhor do melhor produzido no Brasil atravessa o Atlântico e vai aninhar-se no Liverpool, Real Madrid, PSG, Barcelona, Milan, Inter, Bayern de Munique, dentre outros. A curto prazo, não vejo como o Brasil voltará a ser o senhor do mundo na arte de jogar futebol. Foi.

Última rodada

Do Ceará, mais uma vez, a repetição da agonia de escapar na última rodada, impingindo à torcida um sofrimento que poderia perfeitamente ter sido evitado. Com o técnico Lisca escapou duas vezes, uma delas na última rodada. E agora com Argel Fucks na última rodada também. Já está na hora de o alto comando alvinegro trabalhar para se garantir bem antes, pois, como está no ditado popular, um dia a casa cai.

Antecipação

No Fortaleza, sucedeu exatamente o contrário do que houve em Porangabuçu. O Leão se garantiu com antecedência. Além disso, trafegou próximo da zona da Libertadores. Ganhou a vaga na Sul-Americana e poderia ter alcançado algo melhor se não tivesse sido prejudicado pela arbitragem (VAR), em várias oportunidades.

Na Barra

O Ferroviário poderia ter ido melhor em 2019. No Campeonato Cearense, ficou atrás de Fortaleza, Ceará, Floresta e Guarany de Sobral. No início do certame, deu sinais de que faria campanha significativa. Não o fez. Na Taça Fares Lopes, chegou em quinto, fora da classificação.

De positivo, a campanha do Flamengo em todos os certames que disputou. Até mesmo quando perdeu o título mundial teve comportamento digno. Em contraste com o Flamengo, o Cruzeiro de Belo Horizonte. A mais frustrante campanha de um time que um dia já encantou o mundo na época de Tostão.

A maior decepção no futebol brasileiro foi a introdução do VAR na arbitragem. O que era para ser bom virou instrumento do mal. Aí o instrumento, que veio para tirar dúvidas, acabou gerando novas e mais dúvidas ainda. Leonardo Gaciba, chefe da arbitragem nacional, promete mudanças. Queira Deus...