Hoje, tem São Paulo x Fortaleza no Pacaembu. Episódios paralelos tornam esse jogo especial para alguns personagens. Para Rogério Ceni, aspectos profissionais e emocionais porque no São Paulo ele edificou uma das mais belas histórias do futebol brasileiro, com títulos memoráveis, gols inesquecíveis, marcados e sofridos, além de ter iniciado ali sua carreira como treinador. Também para Osvaldo, hoje no Fortaleza, porque lá viveu seu melhor momento, trampolim para a Seleção Brasileira. Episódios à parte, hoje a história desvincula-se de tais aspectos. O que passou fica para as páginas da memória. Hoje, Ceni é Fortaleza. Osvaldo é Fortaleza. Ambos estudaram a melhor forma de neutralizar o favorito São Paulo, de Arboleda, Daniel Alves, Hernanes, Juanfran, Tchê Tchê. É possível, sim. O Ceará, por exemplo, só perdeu o jogo lá porque foi vergonhosamente prejudicado pelo VAR, que deixou passar um dos pênaltis mais claros do atual certame. Logo mais, um jogo diferente para os personagens Ceni e Osvaldo, já pelos encontros, desencontros e reencontros. Para a maioria, porém, só mais uma partida como tantas outras da competição.
Possibilidades
Vi muitas referências sobre o modelo tático que Rogério Ceni certamente irá adotar no Pacaembu. Durante a semana, poucas menções aos meias Mariano Vázquez e Matheus Vargas. Não faltaram, porém, citações sobre André Luís. Enfim, elucubrações mil.
Prudência
Levando em conta meus tantos anos de janela, não creio que Rogério Ceni vá expor o time, tal como fez na estreia diante do Palmeiras quando sofreu uma goleada (4 x 0). Depois daquele vexame, nunca mais vi Ceni se expor em jogos fora de casa. Sempre usa de prudência inicial como, aliás, é recomendável. Depois vai liberando para iniciativas ofensivas.
Trabalho
Grande a expectativa sobre a estreia de Adilson Batista no comando do Ceará. Sua contratação foi alvo de polêmicas. Prefiro dar crédito ao novo treinador do Vozão. Interessa agora não o que ele fez, mas o que de bom ele será capaz de fazer; não os clubes que nas mãos dele foram rebaixados, mas o que ele terá de segurar na elite do futebol brasileiro, ou seja, o Ceará Sporting Club.
A mudança de técnico, independente do nome que sai ou do nome que entra, sempre foi e será uma operação de risco. Há fatores que contribuirão para o acerto ou não do técnico que chega. A qualidade do grupo é fundamental, tanto no aspecto técnico, quanto no tocante ao caráter. Se houver panelinhas fica mais difícil. Pelo que sei, no Vozão não há panelinhas.
Casos mais recentes de problemas com a chegada de um novo treinador aconteceram com Rogério Ceni, no Cruzeiro, e com Oswaldo Oliveira, no Fluminense. Logo as resistências dos grupos foram passadas para o campo, provocando sérias insatisfações. Resultado, Ceni e Oswaldo não conseguiram levar adiante o planejamento estabelecido. Ambos caíram.