As novas gerações certamente não ouviram falar do cearense Mário Braga Gadelha, o Babá, ponta-esquerda que saiu do Ceará para brilhar no Flamengo. Fez parte do elenco que ganhou o tricampeonato carioca (1953, 1954,1955). Ele chegou ao Flamengo em 1954. Babá nasceu em Aracati, mas sua família, quando ele era jovem, foi morar em Caucaia. Daí a identificação dele com esse município. A princípio foi reserva de Zagalo e de Esquerdinha. Mas, com a saída de Zagalo, que foi para o Botafogo, as oportunidades surgiram para o cearense, que era baixinho (1,57m), mas compensava com velocidade e dribles curtos. Muito bom. A melhor participação de Babá no Flamengo foi no título de Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1961. Nesse mesmo ano, fez sua única partida pela Seleção Brasileira principal. Ganhou do Paraguai no Maracanã (3 x 2). O Brasil atuou com Gilmar, Djalma Santos, Jadir, Valdemar Carabina e Ari Clemente; Zequinha e Chinesinho; Joel, Dida, Henrique Frade e Babá. Depois de jogar no futebol mexicano, Babá retornou ao Ceará, onde, aos 34 anos de idade, encerrou sua carreira. Morreu em Fortaleza no dia 8 de abril de 2010.
Convocação
Babá, em 1961, foi o primeiro cearense convocado para a Seleção Brasileira principal. Antes, os cearenses Geroldo (com "o" mesmo) e Zé de Melo tinham sido convocados para a Seleção Brasileira, mas a representada pela Seleção Pernambucana (Seleção Cacareco), que disputou em 1959 o Sul-Americano Extra de Guaiaquil no Equador.
No México
Babá jogou no Unan (Universidade Autônoma Nacional) do México. Ficou lá de 1962 a 1966. Em 1967 retornou ao time que o revelara, o Ceará, onde disputou seu último Campeonato Cearense. Era muito agradável conversar com o Babá porque ele tinha muitas histórias para contar, máxime dos grandes ídolos com quem conviveu.
Craques
Na Seleção Carioca, Babá teve ótimas participações. Formou no ataque com Almir Pernambuquinho, Valter e Pinga. No Flamengo, jogou com Rubens, Dequinha e Pavão, trio que inspirou o compositor Wilson Batista a compor a música "Samba Rubro-Negro", imortalizada na voz de Roberto Silva em 1955 (disponível no You Tube).