Hoje, desfigurado, apenas 18º numa competição de 20 clubes, o Cruzeiro enfrenta o Ceará no Castelão. O Cruzeiro já foi uma máquina de jogar futebol. Afirmo, sem medo de contestações, que nas décadas de 1960 e 1970 o Cruzeiro desfilou pelos gramados do mundo uma qualidade comparável ao Barcelona do tique-taque de Guardiola. Tempo de Piazza, Zé Carlos e Dirceu Lopes. Foi com estes que vi no PV uma das mais perfeitas exibições da inesquecível formação azulina. Passou.
Hoje, lutando para sair do infortúnio, vem o Cruzeiro sob o comando do mito Rogério Ceni. De qualquer forma, o Cruzeiro. Que o Ceará não se engane. Não se iluda com a posição humilhante do adversário. Prepare-se para enfrentar uma das mais tradicionais equipes da história. Prepare-se para mais um difícil desafio, visando a evitar nova e desagradável surpresa. Imagine em campo, não o Cruzeiro perdedor de hoje, que tem Fred, Tiago Neves, Henrique, Robinho e companhia em crise, mas o Cruzeiro brilhante que um dia já foi orgulho nacional. O Ceará precisa ser o Ceará da reação diante do Corinthians, não o Ceará do tropeço em Alagoas. É o que todos esperam.
Finalizações
O Ceará não jogou mal, quando perdeu para o CSA em Maceió. O goleiro Jordi teve o mérito de pegar todas as que foram na direção certa. Sim, mas houve muitas conclusões para fora também. Teve volume e dominou, mas estragou tudo nas erradas finalizações.
Vitória
Se o Ceará perder, o técnico Enderson Moreira sabe que sua permanência no clube estará comprometida. É a realidade do futebol brasileiro. Não faz muito, Mano Menezes foi demitido do Cruzeiro. Felipão, demitido Palmeiras. E a lista tende a aumentar. Não deveria ser assim, mas é assim que a coisa funciona no futebol brasileiro.
Amanhã
O Fortaleza enfrentará o Campeão da Copa do Brasil 2019. A Arena da Baixada em festa. Será a primeira apresentação do Athletico em casa, após conquistar o título no Beira-Rio. Em dia de festa assim, não raro o visitante coloca água no chope do campeão. Mas o Fortaleza, se quiser estragar a festa atleticana, terá de jogar muito mais. Precisa ter intensidade, não ser o time modorrento da derrota para o Palmeiras.
O Fortaleza precisa ser ousado, mas sem precipitações. Foi assim que reagiu diante do Santos. Na ausência do volante Felipe, Juninho pode entrar de início ao lado de Gabriel Dias. Positivo o retorno de Felipe Pires e Wellington Paulista. Na frente, Osvaldo, Romarinho e Edinho com a vontade de jogar mais
O técnico Zé Ricardo sabe que, em caso de nova derrota do Leão, sua situação ficará delicada pela pressão que virá de todos os segmentos, internos e externos. Como disse com relação à situação de Enderson Moreira no Ceará, também no Fortaleza a pressão será ampliada na medida em que a zona maldita for se aproximando.