Contratar bem é uma especialidade de poucos

Leia a coluna desta quinta-feira

O índice de acerto na aquisição de atletas define para melhor o rumo das coisas. Há clubes que conseguem reduzir ao máximo a possibilidade de equívocos. Para isso, adotam um trabalho conjunto dos segmentos interessados. Há alguns anos, a tarefa era entregue a um diretor de futebol que, não raro, sem ouvir sequer a opinião do treinador, anunciava os nomes que estavam na mira do clube. Hoje, dentro de um modelo profissional, há nos clubes uma equipe que cuida de avaliar a qualidade dos jogadores. 

Oportuna foi a matéria publicada ontem no Diário do Nordeste, assinada pelo jovem e brilhante comentarista André Almeida, na qual ele mostra como no Fortaleza são definidas as contratações. Tudo é pesado e medido. Prós e contras. Valores de mercado. Características dos atletas. Então, só depois de uma rigorosa triagem, o Leão vem a público anunciar os nomes pretendidos. Assim o Fortaleza tem se dado bem. Isso, creio, é consequência de uma prática que o hoje presidente do Clube, Marcelo Paz, cultivava desde o tempo em que foi comentarista da Verdinha. Na época, ele já monitorava valores nos quatro cantos do planeta. Lotava o arquivo de seu notebook. Agora é só pinçar. 

Resposta 

Sei que provoco polêmica toda vez que escrevo sobre o Clebão. Mais polêmica ainda quando faço elogios ao varapau atacante alvinegro. O torcedor não fica indiferente. Os que são contra rebatem com vigor, até com uma raiva desnecessária. Não sei a razão de tanta raiva. Basta dizer que não concorda. E pronto. Vida que segue. 

Estrangeiro 

Nunca o futebol cearense teve tantos jogadores estrangeiros como agora. Na década de 1960, o único jogador estrangeiro que atuava no Nordeste do Brasil era o famoso argentino Sanfilippo, que defendia o Bahia. Ele esteve no PV, enfrentando o Fortaleza em jogo pela Taça Brasil de 1968. Houve empate no tempo normal (1 x 1). O Fortaleza ganhou na prorrogação (1 x 0) e eliminou o Bahia. 

Novidade 

Quando Sanfilippo aqui chegou com o Bahia, chamou a atenção de todos. Sanfilippo jogou na Seleção da Argentina nas Copas do Mundo de 1958 e 1962. Para os cearenses, era uma novidade ver o ídolo argentino no Bahia. Sanfilippo está com 88 anos de idade. Mora em Buenos Aires. Quem o marcou no PV foi o volante Luciano Frota. Uma marcação implacável.  

Leva 
 
Hoje eu não sei precisar o número de jogadores estrangeiros que atuam no futebol cearense. Os argentinos estão em maior número, mas há muitos também de vários países da América do Sul. De certo modo, isso ajudou o Fortaleza e o Ceará nos desafios pela Libertadores e pela Copa Sul-Americana. O próprio convívio torna mais familiar o que antes era uma barreira. 

América 

Um fato que as novas gerações certamente desconhecem. O time cearense que mais fez jogos no exterior foi o América Futebol Clube. Foram incontáveis excursões internacionais para amistosos na América Central e no Caribe. O cronista esportivo e empresário, Alberto Damasceno, que foi também presidente do clube, comandava as temporadas no exterior.