Clebão, baiano de Salvador, nas alturas

Todo cronista já comentou a virada sensacional do Ceará sobre o Bahia no Estádio Pituaçu em Salvador. Assunto batido. Então optei por falar do centroavante Clebão, do Ceará. Muita gente se surpreendeu porque ele parecia muito à vontade, em casa mesmo, nas vitórias do Vozão diante do CRB, Vitória, Fortaleza e Bahia. E ele estava mesmo em casa. Clebão é baiano da gema, de Salvador. E não perdeu a oportunidade de mostrar aos conterrâneos suas qualidades. Jovem, de 23 anos de idade, 1.95 de altura, poderia ter optado pelo vôlei ou pelo basquete. Preferiu o futebol, sua paixão. Com tanta altura, sempre pensou alto. Antes de vir para o futebol cearense, passou pelas bases do Galícia de Salvador. Após sucesso na Série B cearense pelo Barbalha em 2018, foi emprestado ao Vitória de Salvador. Depois voltou ao Barbalha. A torcida o adotou. No Estádio Inaldão, era comum se ouvir o grito da galera em coro: “Bola no Clebão que é gol”. E era. Foi assim que o Ceará abriu os olhos para ele. O técnico Guto Ferreira apostou no jovem valor. Camisa titular no garoto. Clebão fez a parte que lhe cabia, inclusive belo gol na vitória sobre o Bahia.

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Nas alturas

Varapau, ferrolho de igreja, vara de espanar a lua, galalau. Clebão não está nem aí. Quer saber se ganha a afirmação no Ceará. Ora centroavante fixo, de raiz, tradicional. Ora combatendo a saída de bola do adversário, voltando para ajudar na marcação. Meio desengonçado, até pela altura, mas perturbando os goleiros adversários na hora da reposição de bola.

Cedo

Claro que está cedo ainda para se dizer que Clebão já é uma realidade no Ceará. Falta muito para consolidar a condição de titular. Mas está a caminho. A princípio, seria um reserva para ser experimentado em jogos de menor importância. Guto resolveu escalá-lo em jogos da maior importância. E Clebão não se fez de rogado: “Bola no Clebão que é gol”.

Aparências enganam

Clebão é de Salvador. Fernando Sobral é carioca. Como Fernando jogou no Guarany de Sobral em 2019, muita gente ligou uma coisa à outra. Bom, é de Sobral como Cariús é de Cariús. Na verdade, Fernando Sobral é natural do Rio de Janeiro. Assim, os dois melhores do Ceará na virada sobre o Bahia foram o carioca Fernando Sobral e o baiano Cleber.

Pílulas

Nada está ganho. É a frase predominante no Ceará. A margem é boa, mas não é segura. O Vozão pode perder até por um gol de diferença. Sim, mas não deve trabalhar em cima dessa vantagem que é boa, mas pode ser enganosa.

O Bahia jogou mal. Mas nem sempre é assim. Vem com brios feridos e está em casa, mesmo com o estádio sem torcida. O Ceará tem de evitar a todo custo o traiçoeiro já ganhou, que se instala de forma imperceptível na mente de quem tem boa vantagem.