As crises financeiras e os rebaixamentos

Leia a coluna de Tom Barros

Uma coisa é o que se sabe dos clubes. Outra coisa, bem diferente, é o que acontece nos bastidores. As intrigas e futricas nem sempre vêm à tona. E, quando algumas chegam ao conhecimento do público, vêm pela metade. O torcedor pensa que sabe tudo. O cronista pensa que sabe tudo. Mas a verdade só aparece muito tempo depois de os fatos terem acontecido. Hoje, os clubes têm uma invisível rede de proteção. Antigamente, o repórter entrevistava o jogador que ele entendia ser o ideal para falar sobre determinado assunto.

Hoje, é o clube que indica quem vai dar uma entrevista. Então fica difícil alcançar o que há nos porões administrativos da maioria dos clubes. Alguns são transparentes. Outros, nem tanto. E assim caminha a humanidade. Mas há algo que não precisa de informação oficial. Basta o repórter esperar que a laranja caia do pé. Quando o time começa a dar para trás em campo, há fortes indícios de que o cofre está comprometido. Quando o time tem saúde financeira e administrativa, tende a crescer. Aí as conquistas acontecem a olho nu. Quando as contas não batem, o time empreende inevitável viagem de volta. E não é preciso dizer mais nada.  

Exceções  

 Na maioria dos casos, o time cai quando a saúde financeira do clube está comprometida. Foi assim no Vasco da Gama, que já voltou para a Série A. Foi assim no Cruzeiro, que também já voltou para a Série A. É assim também com a maioria dos clubes. Claro que há exceções. Já houve vários casos de times que, embora financeiramente bem, foram rebaixados. Mas isso não é comum.  

 Substituto  

Caio Alexandre é brilhante. Sua passagem pelo Fortaleza foi exitosa. Até foi lembrado para a Seleção Brasileira. Mas o Fortaleza não terá problemas no setor. Os nomes citados são Pochettino e Hércules, que está voltando de lesão. Mas não se surpreendam se Vojvoda conseguir uma resposta satisfatória, mesmo escalando alguém que está fora do contexto.  

 Surpreendente  

Muitas vezes, surpreendendo com nomes e mudanças inesperadas, o treinador Vojvoda já escalou o Fortaleza. Ora promoveu alterações nas posições, ora promoveu mexidas táticas. De suas qualidades, uma que o torna diferente é não ficar no mesmismo. Se não encontrar soluções vindas de fora, Vojvoda resolve em casa mesmo.  

 Tempo  

Já que estou escrevendo sobre treinador, faço uma referência ao técnico do Ceará, Vagner Mancini. Apesar de estar no Vozão desde o ano passado, somente recentemente Mancini pôde contar com os novos contratados. Então, o tempo de treinamento tem de ser considerado somente da data de chegada desses atletas. Ele teve, portanto, de começar praticamente do zero.  

Compreensão  

É perfeitamente compreensível a situação de Mancini diante do novo cenário. Não julguem o trabalho dele pelo empate com o Maracanã. Como exigir perfeição ou ajuste de linhas sem ter havido pré-temporada? Ele precisa de mais tempo para o time alcançar a automação. Mancini é treinador, não é milagreiro.