A terrível queda de times tradicionais

Confira a coluna desta quinta-feira (27)

Resolvi dar uma olhada na tabela do Campeonato Brasileiro, Série D, que começa no dia 06 de maio próximo, um sábado. Espantei-me quando vi a relação dos clubes. Lá está o Santa Cruz, de Recife, equipe que já brilhou intensamente na Série A nacional. Eu vi o auge do Santa na década de 1970.

Seu notável atacante, Ramon, foi artilheiro do Brasil em 1973, com 21 gols, superando inclusive o Rei Pelé. Quem imaginaria ver o Santa Cruz na Série D nacional? Pois o Santa está no Grupo 3, onde também estão os times cearenses Iguatu e Pacajus. Na Série C nacional está o Náutico Capibaribe de Recife, outra equipe pernambucana que também brilhou no cenário nacional. Estou citando apenas esses dois times, que já foram gigantes, mas hoje enfrentam sérias dificuldades. Assim, as apreensões com relação ao Ceará fazem sentido.

O Vozão, após brilhar na elite nacional, vem perdendo fôlego. No ano passado, a campanha do Ceará foi pífia, cruel. Então, agora, não há como ficar sentado, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar. Isso vale para a música do saudoso e genial Raul Seixas. No futebol, a reação tem de ser imediata. Se vacilar, o destino será o mesmo de Santa e Náutico. 

 

Pujança 

 

Quem viu o Santa Cruz no auge não pode acreditar no que está acontecendo agora. O Estádio do Arruda é um patrimônio inigualável. Poucos times no Brasil possuem um estádio monumental como o do Santa. Nome oficial: Estádio José do Rego Maciel. É também chamado de Mundão do Arruda ou Arrudão. Mas o Santa Cruz há anos vem se arrastando, sem conseguir voltar à elite nacional. 

 

Sem pânico 

 

Ao mostrar a situação vexaminosa do Santa Cruz e do Náutico, nossos vizinhos de Pernambuco, não quero disseminar o pânico entre os alvinegros. Não é isso. Quero alertar contra negligências que possam acontecer. Foi por falta de críticas mais veementes e contundentes que o Ceará caiu para a Série B. Agora, não haverá sossego enquanto o Vozão estiver pendurado na incerteza. 

 

Meta 

 

O objetivo do Ceará deve ser ousado. Primeiro, cuidar logo de sair da zona de rebaixamento da Série B. Depois, posicionar-se, antes da virada do turno, entre os qualificados do G-4. Um time, que passou seis anos na privilegiada Série A, não pode aceitar a condição que mero participante da segunda divisão brasileira. Tem de alcançar o G-4 o mais rápido possível. 

 

Status 

 

Longe o tempo em que a torcida alvinegra ficava acomodada com a Série B. Hoje, o próprio futebol cearense alcançou patamar mais elevado. O Fortaleza é um exemplo positivo da ousadia, da confiança, da coragem. Fez por onde merecer o status internacional que agora desfruta. O Ceará ganhou também espaço internacional. Então, não tem cabimento ser Série B. Não dá.