No futebol, há uma polêmica: alguns dizem que o resultado não depende da sorte, mas da competência. Tudo bem. Mas, na minha opinião, sorte e azar costumam marcar presença. O Cuiabá venceu. Foi competente? Em parte, sim. Deyverson fez o gol, após receber um presente de João Ricardo. Mas, na fase final, o visitante não jogou nada. O Leão apertou e mandou três bolas na trave. Silvio Romero finalizou no travessão. Guilherme finalizou no poste direito. Lucas Crispim finalizou no travessão.
Observem que as coisas deram certo apenas para um lado só. É verdade que o Fortaleza não fez uma boa atuação. Na primeira fase, não soube impor sua melhor condição. Mas, no cômputo geral, não merecia sair com a derrota. Futebol é assim: dois raios caem no mesmo lugar. Vojvoda viu isso bem à sua frente. Já no jogo pela Série B, o Ceará conseguiu sair na frente, com gol de Erick, mas não conseguiu segurar o placar. Pela produção das duas equipes, o resultado acabou sendo justo. O Ceará ainda não alcançou os ajustes desejados, mas vai, dentro de suas limitações, marcando uma pontuação capaz de manter as esperanças de ascensão para a Série A. As perspectivas são animadoras.
Só no returno
Não há mais como o Ceará entrar no G-4 neste turno. Faltam duas rodadas para a “virada da montanha”. O Vozão tem 25 pontos. O Vitória, último o G-4, tem 31 pontos. Ainda que o Ceará chegue aos 31 pontos, perderia no número de vitórias. O Vozão enfrentará o Vilanova no Castelão e o Juventude em Caxias. O processo de recuperação terá de ser bem calculado.
Lembranças de Frasson
Lamentei muito a morte do meu amigo, Daniel Frasson, ídolo do Fortaleza. Foi dele o gol que deu o título estadual de 2000 ao Fortaleza, diante do Ceará no Junco em Sobral. Fez parte do elenco do Palmeiras, campeão paulista de 1993, quebrando um jejum de 16 anos. Foi campeão mineiro pelo Atlético-MG em 1995. Uma bela história.
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Frasson tinha um porte físico invejável. Volante de alta qualidade. Apoiava. Foi assim o golaço do título do Fortaleza em 2000, quebrando um jejum de oito anos sem título. Um de seus melhores momentos foi no Palmeiras, em 1993, quando atuou com Edmundo, Evair, Edílson e Zinho. Uma das injustiças foi ele nunca ter sido convocado para a Seleção Brasileira. Tinha futebol para isso.
Amizade
Fiquei mais próximo de Daniel Frasson, quando ele abraçou a função de treinador. Ele era uma pessoa muito simples, de bom diálogo. Como técnico, dizia palavrões. Os microfones captavam tudo. Um dia, conversando com ele, expliquei que não pegava bem. Ele deixou de dizer palavrões. Depois, ao me encontrar, disse que estava seguindo meu conselho. Realmente.
Prevenção
O câncer maltrata muito. Roberto Dinamite, de notável compleição física, não resistiu a um câncer no cólon. Pelé, que sempre foi um atleta exemplar, também não resistiu a um câncer de cólon. Daniel Frasson, também de notável compleição física, não resistiu a um câncer no intestino. É de extrema importância um trabalho preventivo. Exame periódico pode evitar o pior.