O Ceará tem sido cruel com sua torcida. Cria uma expectativa de bons resultados, mas termina ridiculamente batido. A torcida toda se empolgou após a vitória por 3 a 0 diante do Atlético em Goiânia. Aí, no Castelão, a realidade que se apresentou foi outra bem diferente. Veio o CRB, cheio de graça e de verdade, aplicou um placar de 3 x 1 no Vozão. A desilusão tomou conta a partir daí. Quando o Ceará entra em campo, a oscilação não permite uma confiança consistente. Pegaram pelo pé o lateral-esquerdo Danilo Barcelos. Sim, ele vem jogando mal, mas, a rigor, não foi apenas ele que comprometeu.
Do goleiro ao ponta esquerda, com as devidas substituições, o time fez uma péssima partida. E o que dizer do Fortaleza? O Leão também decepcionou. Perder do líder Botafogo, no Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro, seria um resultado normal. O problema é perder como o Fortaleza perdeu. Um Fortaleza desfigurado. Um Tinga esgotado. O retrato fiel do desgaste de todo o grupo. O Leão entrou em campo, mas não foi visto. Seu futebol insinuante deu lugar a uma equipe inteiramente dominada, incapaz de uma simples reação. Foi uma noite de sábado para ser esquecida.
Série A
Tenho batido na mesma tecla: a prioridade absoluta é a Série A nacional. Geralmente, quando o Fortaleza, ao mesmo tempo, está atuando em várias competições, tem uma queda de rendimento na primeira divisão do futebol brasileiro. São fatos. São números. Não há como contestar. A realidade está aí à vista de todos.
Reação
Agora é esperar para ver até que ponto o Fortaleza terá condições de reagir, visando a não perder o contato com os grupos mais avançados. Na derrota para o Botafogo (2 x 0), foi evidente a supremacia do time carioca no ritmo empregado. O Leão não conseguiu acompanhar. Exceto poucos e raros momentos, sempre esteve correndo atrás dos atletas botafoguenses.
Exceção
O goleiro João Ricardo, a meu juízo, foi o único que teve destacada atuação no Fortaleza. Além de difíceis defesas, pegou o pênalti cobrado pelo artilheiro da Série A, Tiquinho. João Ricardo não teve culpa se Lucero, num lance infeliz, devolveu a bola para Tiquinho assinalar o gol. Atuação muito segura de João Ricardo.
Mexida
No jargão do futebol, há frases simples e talvez por isso mesmo desprezadas por muitos treinadores. Uma delas: não se mexe em time que está ganhando. Eduardo Barroca esqueceu esse dito popular. E pagou caro por isso. Mexeu no time que havia vencido em Goiânia. Resultado: com a nova formação, o Ceará jogou mal e perdeu para o CRB no Castelão (1 x 3). Que vexame.
Três
Há algo errado e não devidamente explicado com o Ceará quando joga em casa. Foi aqui, em três partidas, que sofreu três gols por jogo: no PV, sofreu 3 a 0 do Guarani de Campinas; no Castelão, sofreu 3 a 0 do Novorizontino; no Castelão, sofreu 3 a 1 do CRB. Sofrer três gols já é um absurdo, quanto mais atuando em casa, nas barbas da torcida. Vulnerabilidade inaceitável.