A LDU sagrou-se campeã da Copa Sul-Americana. E levou consigo os sonhos do Fortaleza e da imensa torcida tricolor. Levou a taça que esteve ao alcance do Lion. Com um pouco mais de capricho, o troféu estaria no Pici. Nos pênaltis, eles foram melhores. Restou a frustração pela perda de uma conquista que esteve tão perto. Mas isso não pode ofuscar a notável campanha do Fortaleza nem tampouco o que de bom aconteceu na atual projeção internacional do time cearense.
A derrota também ensina. E, não raro, ensina muito mais do que as vitórias. No momento, a dor e a frustração ainda impedem uma avaliação serena sobre o que não deu certo em Maldonado. Somente o passar do tempo, remédio para todos os males, permitirá um diagnóstico perfeito, à luz da realidade que se impôs no pequeno Estádio Domingo Burgueño. Não há como decifrar tudo em um comentário. Uma coisa é estar na arquibancada ou nas cabines de transmissão, outra, bem diferente, é estar em campo, tendo de decidir em segundos o destino de uma competição. A lição de Punta del Este jamais será esquecida. Foi ali, numa fração de segundos, que o Fortaleza deixou escapar o que seria o maior título de sua história.
Absurdo
Observem que absurdo: no Estádio Domingo Burgueño, palco da decisão da Copa Sul-Americana, o sol bate de frente no rosto do goleiro, dificultando a sua visão de jogo. Em cada tempo, um goleiro sofre. A Conmebol, assim mesmo, impôs esse estádio como cenário da final, pouco importando as dificuldades impostas aos goleiros. E ninguém protestou.
Goleiro
Não poderia passar sem registro a atuação do goleiro do Fortaleza, João Ricardo. Além de pegar dois pênaltis na decisão por essa modalidade, fez também duas defesas muito difíceis no tempo normal. Por duas vezes, João Ricardo criou as chances para o Fortaleza ser campeão. Lamentavelmente, Silvio Romero, Pedro Augusto e Brítez desperdiçaram.
Vida que segue
Agora o Fortaleza sabe o caminho. Poderá novamente chegar a decisões internacionais. Sabe que pode. Tem potencial para novos embates. O negócio é não se deixar abater pelo desânimo, pela descrença, pela frustração. Um pênalti perdido o separou da glória nas Américas. Vida que segue. Crer no amanhã será fundamental para alcançar o que desperdiçou no sábado.
Tudo passa
Neste primeiro momento, será muito difícil olvidar o que foi perdido pelo Fortaleza. Arrancar do coração tricolor a cicatriz desse insucesso somente será possível com o passar dos anos. Lembrei da frase que finaliza o filme “Verão de 42”: “A vida é feita de pequenos ganhos e perdas. E, para tudo que levamos conosco, há algo que deixamos para trás”.
Conclusão
Ao Fortaleza caberá levar consigo as coisas boas que aprendeu nas disputas da Copa Sul-Americana de 2023, que terminou sábado. Experiências que terão grande valia nas futuras competições internacionais. E terá de deixar para trás as lágrimas derramadas em Punta del Este. Foi um momento único, vivido intensamente. Ser vice-campeão também tem seus méritos.