Do céu ao inferno. De herói a vilão. Do aplauso ao protesto. Não consigo entender a queda de produção do Fortaleza. A sequência de insucessos abalou o grupo. Analisei, sob diversos ângulos, a crise tricolor. O elenco é o mesmo elenco vencedor. O técnico é o mesmo técnico vencedor. O alto comando, igualmente, o mesmo. Salários em dia. Por que então uma queda tão significativa? Por que virou time comum? Terá sido tal estrago provocado pela frustração decorrente da perda do título da Copa Sul-Americana? Não acredito.
Antes da decisão, já havia sinais de estafa. Posso, então, entender que o cansaço é o principal fator da atual derrocada? É apenas um dos fatores. Que outros fatores poderiam ser acrescentados? O repertório se tornou de domínio público e as substituições também se tornaram repetitivas. Os adversários passaram a conhecer melhor o Leão. De certo modo, isso dificultou a vida tricolor. Mas mesmo assim, com todos esses fatores levados em consideração, o Fortaleza caiu demais. Ultrapassou os limites da aceitação. Deixou de mirar no alto a Libertadores e já olha com preocupação, lá embaixo, a zona maldita. Há muito eu não via uma descida tão vertiginosa.
Margem
Mesmo com a queda acentuada de produção, ainda vejo uma razoável margem de segurança favorável ao Fortaleza. São cinco pontos de distância com relação ao primeiro time da zona de rebaixamento, o Bahia, que está com 38 pontos. O Fortaleza tem 43. Com um detalhe: o Leão tem um jogo a menos. Explico: isso, se reencontrar o caminho da vitória.
Adversários
O Fortaleza joga quinta-feira, dia 23, diante do vice-líder, Botafogo, no Castelão. Depois, no dia 26, domingo, o Leão enfrentará o Palmeiras, atual líder, também no Castelão. No dia 30, em Bragança Paulista, enfrentará o Bragantino (4º colocado). No dia 03 de dezembro recebe o Goiás, no Castelão. Encerra no dia 06 de dezembro diante do Santos, na Vila. É muita pedreira pela frente.
Esperança
Como no futebol as mudanças acontecem de repente, a esperança é de que o Fortaleza repita a significativa reação que teve no ano passado quando, de lanterna da primeira fase, alcançou a Libertadores na fase seguinte. Encaixou uma série de vitórias. Exatamente o inverso do que está acontecendo agora. No futebol tudo é possível.
Despedida
Sábado, dia 25 de novembro, no PV, o Ceará se despede do Campeonato Brasileiro, Série B. Receberá no PV o time do Juventude, que terá de vencer para sacramentar sua subida à Série A, sem depender de terceiros resultados. Para o Vozão, cumprimento de tabela; para o Juventude, decisão de vaga na Série A.
Conclusão
Ao Ceará, que no sábado perdeu para o Vila Nova por 3 a 1, resta a frustração de um ano sem êxito no seu principal objetivo, ou seja, a volta para a Série A. Direciona seus holofotes para 2024. Fica o alerta: de nada adiantará a conquista dos títulos de campeão cearense e de campeão da Copa do Nordeste em 2024, se não conseguir voltar à elite nacional. Permanecer na Série B será um novo fracasso.