Tenho dito, repetidas vezes, que toda contratação é uma operação de risco. Por melhor que seja o critério usado na hora de fechar uma contratação, há sempre a possibilidade de o resultado não ser satisfatório. Lembro de um fato hilariante que, há alguns anos, aconteceu no Ceará Sporting Club. Na época, o empresário Eugênio Rabelo era o presidente. No início de sua gestão, ainda sem a devida expertise necessária, Eugênio autorizou a contratação de um jogador. Não recordo o nome do atleta, mas lembro do fato.
Quem gostava muito de contar este episódio era o saudoso comentarista Sérgio Pinheiro. Após três atuações do atleta contratado, nada de o rapaz mostrar qualidade. No final da terceira partida, Eugênio teria chamado o atleta para conversar. Num canto reservado do vestiário do Castelão, teria dito: “Rapaz, você me enganou. Você disse que sabia jogar. No entanto, não joga nada. Não faça isso não. Que coisa feia. Não minta”. Se esse fato aconteceu, não sei. A verdade é que viralizou como se diz na linguagem de hoje. Tendo em vista algumas contratações recentes, tenho a impressão de que a falta de expertise continua valendo nos dias atuais. Tem gente comprando gato por lebre...
Mercado
Hoje, chegamos exatamente à metade do mês de junho, ou seja, dia 15. Quem é bom está empregado. Para um bom jogador mudar de clube agora, a compensação terá de ser significativa. Exemplo recente foi a ida de Moisés para o Cruz Azul do México. O preço vai lá para cima. Se, porém, é para contratar um jogador mediano, aí a oferta está bem maior que a procura.
Reforços
Como disse o comentarista André Almeida, no artigo que escreveu no Diário do Nordeste, os nossos times terão de buscar reforços, não meras contratações. O reforço vem para resolver a parada. A simples contratação vem para compor o elenco. O reforço é o que vem para fazer a diferença, ou seja, vem para ser titular e render acima da média.
Preços
Outra situação complicada: quando o time está na Série B, caso do Ceará por exemplo, a tarefa se torna mais delicada. Motivo simples: nem todo atleta quer jogar na segunda divisão. A maioria acredita que se desvaloriza. Além disso, os salários na Série A são maiores. No meio do ano, achar um bom jogador disponível para a Série B é como encontrar uma agulha no palheiro.
Aparências enganam
Na década de 1960, o Ceará estava em Recife. No hotel, estava um zagueiro chamado Bené, bem parecido com o Bellini, capitão da Seleção Brasileira, campeã do mundo na Suécia em 1958. Pelo porte, o Ceará o contratou. Foi uma luta para esse homem estrear. Sempre fingia estar contundido. Quando estreou, não tinha a menor noção de futebol. Jogou três partidas e foi mandado embora.
Campeoníssima
A kitesurfista cearense, Mikaili Sol (18), tem chamado para si as atenções do mundo. Suas manobras radicais no mar já lhe renderam quatro títulos mundiais na modalidade Freestyle, três títulos mundiais (Big Air) e duas premiações como melhor do mundo (2022 e 2023). É a primeira do ranking da GKA Kite World 2023. Em dezembro, no Qatar, deve ser anunciado mais um título mundial. Será o quinto Freestyle. Parabéns.