A diferente contagem de tempo no Ceará

Confira a coluna desta terça-feira (16)

Vi muitas matérias, considerando que o técnico do Ceará, Eduardo Barroca, teria uma semana para fazer ajustes no alvinegro. Ora, uma semana é a contagem de sete dias consecutivos, a partir do domingo. Sendo assim, Barroca não terá uma semana para trabalhar. O Ceará ganhou do Tombense no sábado, dia 13 de maio. Folgou no domingo, dia 14. Voltou às atividades ontem, segunda feira. Já viaja na sexta-feira para Santa Catarina, onde enfrentará o Criciúma. Então, o treinador não terá uma semana para os ajustes. No futebol, a semana sai do convencional e passa a ter uma contagem diferente, dependendo do ângulo de observação.

Uma coisa é ter tempo para treinar. Outra coisa é o somatório de treinos, viagens e jogos. O desgaste é intenso. Aparentemente, após a vitória sobre o Tombense, o Ceará teria uma semana livre para os treinos. Afinal, o jogo foi no sábado, dia 13, sendo o jogo seguinte apenas no domingo, dia 21. Mas não é bem assim que a coisa funciona. No intervalo entre as duas partidas, há o dia da folga obrigatória dos atletas. Há também os dias para viagens (ida e volta). Então, é mínimo o tempo disponível para o treinador promover os ajustes. Por isso mesmo, as cobranças imediatistas são equivocadas.   

 

Equívoco 

 

Muitas vezes, a diretoria erra porque se deixa levar por pressões. Aí comete um grave equívoco de avaliação. A diretoria do Ceará mandou embora Gustavo Morínigo, exatamente quando ele estava colhendo os primeiros bons frutos de seu trabalho. Conseguira a incrível tarefa de eliminar da Copa do Nordeste o Fortaleza. 

 

Episódio 

 

Há alguns anos, quando o saudoso Lula Pereira foi contratado pelo Flamengo, o cronista Washington Rodrigues, o Apolinho, então na Rádio Globo, foi contra. Ele não conhecia Lula. Aí, quando o Flamengo demitiu Lula, o Apolinho foi contra a demissão. Explicou que Lula começava a obter os frutos de seu belo trabalho e foi mandado embora, justo quando o Mengo começara a jogar bem. 

 

Condições 

 

Situações assim, como a descrita no tópico anterior, acontecem demais no futebol brasileiro. Aqui, a maioria dos clubes é regida pela emoção e pelos resultados. Ganhou, fica. Perdeu em sequência, o técnico é mandado embora. O treinador é o bode expiatório do futebol. Muitas vezes, nem querem saber a qualidade do elenco por ele dirigido. Passam-lhe uma corda no pescoço.    

 

Incrível 

 

Amanhã, o Fortaleza enfrenta o Palmeiras no Allianz Parque. Vejo muita gente antecipadamente considerando o Fortaleza como derrotado. Que é isso, amigos? O Palmeiras ser favorito é normal. Mas daí a considerar que já ganhou, antes mesmo de a bola rolar, é presunção demais de quem faz afirmativa assim. Cada jogo tem sua história.  

 

Empate 

 

Claro que uma vitória tricolor no Allianz Parque, amanhã, será difícil. Aliás, qualquer clube brasileiro, no momento, terá dificuldades diante do Palmeiras, quer no Allianz Parque, quer em qualquer outro estádio. O Palmeiras é o melhor time do Brasil. Sim, mas no sábado passado, dia 13 de maio, o Bragantino foi ao Allianz Parque e empatou (1 x 1). Logo...