A diferença entre produção e resultado no futebol

Leia a coluna de Tom Barros

A análise dos jogos pode ser feita sob vários ângulos. Alguns optam por examinar a produção coletiva da equipe. Outros se fixam nos resultados. Outros preferem as estatísticas. Há opções para todos os gostos. Quem resolve ler apenas os resultados pode chegar a conclusões enganadoras. Quem insiste apenas nas estatísticas está mais para o mundo acadêmico do que para a prática em campo. Eu prefiro verificar a produção. Na injusta derrota do Ceará para o Vitória (1 x 0), ficou claro que o Ceará melhorou demais. Foi melhor em campo e criou as melhores oportunidades de gol.

Há alguns jogos não se via isso no Vozão, ou seja, um time com padrão definido, sabendo o que quer e como buscar seus objetivos. Deixem o Guto Ferreira trabalhar. Ele conhece futebol. Está arrumando a casa alvinegra. Não repitam o erro cometido, quando da primeira passagem de Guto por Porangabussu. Na hora errada mandaram Guto embora. Naquele momento a precipitação custou muito caro. Não esqueçam de uma coisa importante no futebol: a boa produção indica a possibilidade de resultados positivos. A chegada de Saulo Mineiro e de Barletta trouxe novas esperanças. Juízo, gente! 

Protesto 

Não faz muito, torcedores do Ceará foram muito hostis com Guto Ferreira. Diria que foram agressivos e passaram do ponto. Uma situação desconfortável e injusta. No lugar de examinarem a condição do elenco, resolveram pegar o treinador como bode expiatório. Agora, com a chegada dos reforços, Guto começa a alcançar o padrão que deseja dar ao Ceará. 

Incrível Fortaleza 

O Leão é um exemplo de como se sair bem diante das adversidades. Após quatro derrotas consecutivas na Série A, a primeira coisa que acontece é o treinador ficar na corda bamba. Mas, como das vezes anteriores em que esteve em situações de aperto, Juan Pablo Vojvoda deu a volta por cima. A goleada sobre o Santos serenou tudo.  

Dinâmica 

No Fortaleza, as coisas vão acontecendo numa sequência fora do comum. O Leão perdeu Moisés e Hércules. O primeiro negociado com o futebol mexicano. O segundo sofreu séria contusão. Aí chegam Marinho e Machuca. Marinho fez o golaço que classificou o Fortaleza para as quartas de final. E Machuca deu o recado dele diante do Santos. 

Dificuldade 

O Ferroviário, que fez a melhor campanha dentre os 64 clubes da Série D nacional na fase de grupos, tem tido dificuldades na fase eliminatória. O mata-mata é complicado. Muda tudo. É um outro tipo de competição, onde as margens de erro ficam bastante reduzidas. Domingo próximo, no PV, diante do Nacional de Patos, a torcida coral terá de fazer a diferença.  

Resultado 

O empate fora de casa, no modelo mata-mata, é considerado bom. Motivo simples: o mandante traz a decisão para dentro de casa. É uma vantagem pequena, mas tem seu valor. Passa à torcida (no caso presente, a torcida coral) uma grande responsabilidade, ou seja, a de fazer a diferença. Foi assim também diante do Princesa do Solimões do Amazonas. É um duro desafio.