Elizabeth, Lize, Zize e, para os mais íntimos, assim como todos nós, a Imperatriz da Áustria e Hungria era conhecida por Sissi.
A família da Sissi não era uma família ideal.
Os pais eram primos e foram obrigados a casar por força de troca de apoio político. Diferentemente das irmãs, a princesa Ludovica não casou com nenhum homem rico. Max era ausente, aventureiro, tinha muitas amantes e vários filhos ilegítimos.
A vida de casados sempre foi muito ruim, apesar de terem tido 9 filhos. A convivência do pai com os filhos era mínima, diferentemente de Ludovica, que amava a natureza e exercia muito bem o papel de mãe.
Sissi foi a terceira filha do casal. Capricorniana, nasceu na noite de Natal, no ano de 1837.
O baile e o casamento
Aos 16 anos, Sissi foi passar um final de semana no castelo do primo Francisco I, juntamente com a mãe e a irmã Helene, uma das candidatas a noiva para o Imperador que escolheria quem seria sua esposa na noite do seu aniversário durante o baile.
Após Francisco I dançar com 3 moças, dentre elas Helene e Sissi, ele entrega um bouquet de rosas a esta última. O Imperador ficara encantado com a beleza, alegria e espontaneidade dela.
No outro dia, os noivos foram fazer um passeio pela cidade. As pessoas estavam curiosas para saber quem era a Sissi, afinal o “zumzumzum” na cidade é que Helena seria a escolhida.
Sissi e Francisco I casaram em 24 de abril de 1854. A futura Imperatriz chegou em Viena de barco e, por onde passava por todo o trajeto pelo Rio Danúbio era aclamada. No encontro com o noivo na cidade de Lins, o entusiasmo das pessoas foi algo fenomenal e caloroso.
Linda e carismática
O carisma de Sissi era maior que a força das armas. Era uma mulher linda e carismática. Encantava por onde passava. Então, aliados a Francisco I entenderam que para a Áustria era importante ter Sissi sempre presente para a conquistar a população de uma forma pacífica para o Império.
Mesmo com tantas características a favor, a Imperatriz tinha muito que aprender: vencer a timidez e adotar muitos protocolos desconhecidos para quem tanto viveu em liberdade.
No ritmo intenso das viagens, descobriu que estava grávida com apenas 2 meses de casada.
Nasceu Sofia, mesmo nome da tia/sogra. Depois, veio Gisela. Para não se afastar das filhas, levava as meninas para as viagens, apesar de todos alertarem dos perigos das moléstias. A teimosia da Imperatriz, levou a fatalidade da filha Sofia, rejeição da mãe por Gisela (não correspondia aos ideiais de beleza) e trouxe uma enorme depressão, associada a distúrbios alimentares e obsessões por outras coisas.
Essa obsessão por magreza e beleza era preocupante. Sissi tinha 1,72m e pesava entre 45 e 50kg.
Quando chegava perto dos 50kg começava um distúrbio anoréxico (bebia apenas cerveja, e leite ou chupava laranja). Quando pedia algo sólido, do tipo bife cru ou abacate, era só para ser cosmético para a pele ficar mais bonita.
O cabelo era tão longo que passava 3 horas penteando. Por exemplo: um evento às 10h da manhã, começava a arrumar os cabelos às 4h.
Fazia muitos exercícios de impacto. Passava cerca 8 horas por dia se exercitando. Era natação, cavalgada, treinos na academia. Tudo muito intenso e obsessivo. A gente se cansa só em ler!
Os espartilhos eram triplos. Cintura dela media 48 cm!
Referência de ,oda
A Imperatriz ditava moda. Muito criativa, era uma referência para toda Europa. As estrelas de diamantes no cabelo foram uma ideia dela que, até hoje, muitas mulheres adotam em festas mais especiais.
Sissi, nessa época, teve seu terceiro filho: Rodolfo e entendeu que nada mais devia ao marido, pois cumpriu com a obrigação dela em dar ao trono um filho homem. Portanto, passou a ter uma relação distante, fria e sem querer estar presente em lugares por não mais suportar os protocolos.
Quando foi em 1860, começou a ter crises de falta de ar e muita tosse. Seguiu para o Funchal onde tratou da moléstia do peito. Rapidamente, ficou boa.
Ao retornar a Áustria, após uma longa viagem pela Europa sentia-se infeliz, depressiva, porque não queria mais manter aquelas condições. Após uns dias de convivência com a mãe, resolveu levantar a bandeira da Hungria e adotar aquele País como seu.
A obsessão pela liberdade da Hungria foi tão forte que ela reatou com Francisco I amorosamente chegando até a engravidar de Maria Valéria e foram coroados naquele País.
A estada na Áustria era apenas para momentos especiais e férias de verão. Nada mais!
A tragédia
Quando o casal fez 30 anos de casados, Sissi descobriu que o Imperador, muito sozinho, estava frequentando um teatro e interessado numa atriz. Interessada em manter a sua liberdade, apresentou a atriz Catarina ao marido para que pudesse distraí-lo. Esse relacionamento sigiloso durou 30 anos, até a morte dele.
Rodolfo, filho do casal, casado e pai de uma menina, teve um fim trágico: foi assassinado ao lado da amante e isso levou a Imperatriz, mais uma vez à ruína emocionalmente.
Numa tristeza sem fim, o Imperador manda fazer um palácio em Corfu, na Grécia, para ela morar. Aceita, faz muitas viagens, mas a tristeza na alma é maior que qualquer cenário.
Com a saúde muito fragilizada, sem se alimentar, Francisco I implora a esposa que se cuide e ela aceita ser internada na Suiça, em 1898.
Um dia, ela resolve fazer um passeio em Genebra e, quando está embarcando, um rapaz anarquista, sabendo que lá estava lá de passagem enfia uma faca no coração dela.
No momento, ela não sente e consegue entrar no barco, mas desmaia e morre aos 60 anos. O corpo volta para Viena onde é velado. Francisco I vive, ainda, por mais 18 anos, falecendo em 1916.
Sissi foi uma mulher tão encantadora e tão dona de si que se perdeu dentro de si mesma por não buscar o seu equilíbrio. Infelizmente!