Seleções brasileiras de vôlei devem voltar às quadras na Liga das Nações em formato de bolha

Já garantidas nas Olimpíadas, as equipes feminina e masculina disputarão competição internacional após um 2020 sem disputas

O formato de bolha tem se mostrado a melhor alternativa para as competições esportivas durante a pandemia. Desde julho do ano passado, quando a NBA voltou às disputas, na Flórida, esse modelo vem sendo espelho para diversas outras modalidades espalhadas pelo mundo. O vôlei internacional será o próximo a utilizar o esquema de competição com sede única.

A Federação Internacional anunciou  a novidade nesta terça-feira (26), mas ainda sem muitos detalhes de datas ou locais. A única certeza é que as voltas pelo mundo dadas pelas seleções na fase de grupos não serão realizadas - a seleção brasileira feminina, por exemplo, jogou em seis países, na última edição, em 2019 - e as disputas marcarão o retorno dos confrontos entre as seleções da modalidade. 

A Liga das Nações deve ser o principal “aquecimento” das seleções de vôlei para as Olimpíadas de Tóquio. Oportunidade para os técnicos José Roberto Guimarães e Renan dal Zotto avaliarem os melhores atletas e estratégias para irem em busca de mais um, do que é o principal título disputado na modalidade.

Entre as mulheres o cenário é de retomada e reconstrução, busca por novas peças mescladas com algumas experientes que já figuraram entre as principais do mundo. O momento é de esquecer o fiasco da eliminação precoce nas oitavas de final das Olimpíadas do Rio e conquistar uma medalha, quem sabe a dourada, que daria ao país o terceiro título e marcaria a despedida, em grande estilo, do técnico multicampeão que está à frente da seleção.

Para os homens, a ideia é defender o título olímpico e chegar ao tetra, que consolidaria essa geração que ainda tenta se afirmar no cenário internacional.  

Superliga atinge índice alto de casos de covid-19 

A escolha pelo modelo de bolha parece ser a mais acertada. Ainda mais se considerarmos o retrospecto apresentado por aqui, na Superliga, onde os registros de atletas com Covid-19 não param de aparecer e chegaram a 130 entre atletas e comissão técnica. As equipes femininas foram as mais afetadas, com 93 casos, enquanto nas masculinas, os registros foram de 37 contaminações pelo novo coronavírus.

O fato é que os números alarmantes podem até nem representar totalmente a realidade, já que com um intervalo oficial de 15 dias para a realização de testes obrigatórios, muitos atletas assintomáticos podem passar sem ser notados.  Além da situação sanitária, jogos precisam ser adiados, treinamentos são comprometidos e, consequentemente, a qualidade das disputas cai. 

Jogos Olímpicos ameaçados? 

E a preocupação com a disseminação de casos de Covid-19 é o que ronda também a realização dos Jogos Olímpicos, que seguem confirmados a partir de 23 de julho e  até 8 de agosto, em Tóquio. Isso mesmo apesar de várias regiões do Japão estarem em situação de emergência e de a maioria da população, segundo pesquisas locais, ser contra a realização do evento, no momento.

Apesar do cenário epidemiológico adverso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não dá indicativos de cogitar cancelamento. Na última semana, o presidente da entidade, Thomas Bach, chegou a afirmar que: "nós não temos, neste momento, nenhuma razão para acreditar que os Jogos Olímpicos de Tóquio não começarão no dia 23 de julho no estádio Olímpico de Tóquio. Isto é porque não há um plano B e porque estamos totalmente comprometidos em fazer estes Jogos seguros e bem-sucedidos", afirmou Bach, em entrevista ao jornal japonês Kyodo News. 

Faltando pouco menos de seis meses para os Jogos, cautela é uma das palavras que rondam o cenário olímpico. Talvez seja cedo para bancar um cancelamento, mas não tão tarde para o anúncio de mais restrições que parecem bastante reais, diante do avanço de casos de covid-19 e situações de controle da pandemia bem diferentes entre os países que estarão competindo. Contar com a presença de público é praticamente inviável e se aproximar de um formato de bolha pode ser ainda o que salve a realização das Olimpíadas, em Tóquio, este ano.