Faltam pouco mais de cinco meses para as Olimpíadas e 32 modalidades ainda devem contar com a presença de mais brasileiros. O desafio é correr atrás dos impactos causados por essa disputa em meio à pandemia do novo coronavírus, que por aqui está prestes a completar um ano. Atualmente, o país conta com 180 atletas classificados em 22 modalidades.
Basquete e handebol masculinos, além de natação, atletismo e ginásticas são algumas das categorias em que os brasileiros ainda disputam vagas em Tóquio. A expectativa é que mais cerca de 100 sejam garantidas.
Se os Jogos de Tóquio realmente se realizarem a partir de 23 de julho, já serão as Olimpíadas mais inusitadas de todos os tempos por uma série de fatores. As apostas nas medalhas são recorrentes, mas nesta edição está bastante complicado fazê-las seguramente, pois o fator pandemia afetou competições pré-olímpicas e treinamentos.
No Brasil, o esporte parou em março e começou a voltar aos poucos em junho. Com cerca de três meses de atividades, praticamente, paradas, o rendimento dos atletas foi afetado, o que ficou notório nas primeiras competições após a retomada.
Das 46 modalidades, cinco são estreantes: beisebol, caratê, escalada, skate e surfe, estas duas últimas trazem boas expectativas de pódio para o Brasil e tem cearense na disputa nas águas. Silvana Lima é uma das mulheres do estado com vaga garantida em Tóquio.
Olimpíadas na Pandemia
Em meio à disputa por vagas, o Japão deu mais um passo em relação ao controle da pandemia e aprovou a primeira vacina contra a Covid-19 (Pfizer/BioNTech), que deve começar a ser aplicada nos próximos dias. Em relação aos atletas, não há um padrão, já que cada país realiza campanha de imunização, de acordo com plano próprio.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) já divulgou um livro de regras sanitárias a serem cumpridas durante os Jogos. Além disso, os competidores deverão ser testados para covid, a cada no máximo quatro dias.
O mesmo COI passa por dias difíceis, após a recente renúncia do presidente do Comitê Tóquio 2020, Yoshiro Mori, por conta de comentários sexistas, quando declarou que as mulheres ‘falam demais’ nas reuniões de conselhos administrativos. Algo desastroso em época que a entidade tenta angariar a simpatia da população local para manter a competição, mesmo em meio a um quadro ainda muito preocupante de avanço da Covid-19.
Pensar em uma competição da grandeza das Olimpíadas durante uma pandemia é complicado. Afinal, são mais de 11 mil atletas, de 204 países, em estágios diferentes de controle da covid-19. A tradicional festa e a celebração dão espaço à incerteza, medo e preocupação. Os Jogos serão como alento aos espectadores, um respiro, em meio à maior crise sanitária do século. Seu sucesso pode trazer esperança de que dias melhores estão por vir e assim como para os atletas, a vitória, nessa batalha contra um adversário invisível, será o auge de uma história.