Nos últimos dias olímpicos, as chances de medalhas vão se afunilando e modalidades mais tradicionais para o Brasil vão sendo finalizadas. Com isso, chegamos a esse trecho a competição com boas possibilidades de superar a quantidade de pódios conquistados (19), em casa, na Rio 2016.
Algumas boas pretensões de medalhas, infelizmente, ficaram pelo caminho. Impossível não mencionar a seleção feminina de futebol, que tinha força pra prosseguir pelo menos até a semifinal. Acabou perdendo nos pênaltis para o Canadá. A derrota fecha um ciclo de geração. Formiga, aos 43 anos, uma das precursoras da modalidade em Olimpíadas, não participará de outro ciclo. Marta, aos 35, ainda não cravou o que fará. Tem possibilidades de seguir. Uma rainha não perde a majestade assim, tem muito a contribuir em uma fase de transição, que deve predominar no próximo ciclo, também com o comando de Pia Sundhage.
Quem também ficou pelo caminho, que parecia ser mais longo, foi a dupla do vôlei de praia, Ágatha e Duda, eliminadas ainda nas oitavas de final para Ludwig e Kozuch. Em um jogo emocionante, decidido no detalhe, um ciclo entregas terminou. Como time, elas eram as mais estáveis do Brasil, sempre figurando entre as melhores do que disputavam. Equilíbrio de uma medalhista olímpica de prata, Ágatha, aos 38 anos, com a potência e força da juventude de Duda, que completou 23 anos justamente no dia da eliminação. O que será da parceria ainda não sabemos.
Nossa representante no vôlei de praia, Rebecca, também vem fazendo bonito, ao lado de Ana Patrícia. Após uma primeira fase instável, com duas derrotas em três jogos. Nas oitavas, a chave parece ter virado. Contra a dupla chinesa, que vinha invicta, Wang e Xia, Rebecca se destacou pela força e fundo de quadra consistente, e Ana Patrícia pelo bloqueio. Quando se complementam, fica difícil derrotar. Nesta noite, o desafio será contra a dupla suíça J. Heidrich e A. Verge-Depre. Quem vencer avança à semifinal. As brasileiras vêm motivadas e têm boas chances de encarar a disputa por medalhas.
Nas quadras
Ainda no vôlei, quem foi a Tóquio sem o peso do favoritismo foi a seleção feminina. Depois de um ciclo de instabilidades, as mulheres chegaram aos Jogos sem a responsabilidade que tinham na Rio 2016, por exemplo. Com um elenco que marca encontro de gerações, as meninas podem surpreender e não me espantaria se conquistassem o ouro. Não temos uma peça que seja o grande destaque. Mas o coletivo, em um esporte que por definição é assim, está se sobressaindo e pode levar o Brasil de volta ao lugar mais alto do pódio olímpico.
Pela frente, na primeira partida eliminatória, nas quartas de final, teremos as russas. Quem não lembra do jogo em Londres 2012, nessa mesma etapa, que ficou para a história? Tie break e seis match points salvos pelo Brasil, que resultaram na vitória verde e amarela, com show Sheilla Castro. Daí viria o título olímpico, em outro jogo emocionante, na final, contra os Estados Unidos.
No masculino, o desafio, 1h da manhã, será contra o Japão. Jogo de paciência, contra a consistente defesa asiática. Apesar disso, o conjunto do Brasil se destaca e chega à fase eliminatória motivado, após a vitória eletrizante contra a França, no último jogo da fase de grupos, por 3 sets a 2. O caminho até o quarto ouro não será nada fácil. Caso vença, o Brasil terá pela frente quem passar pelo duelo entre Canadá e Comitê Olímpico Russo. Foram os russos, justamente, os únicos responsáveis por derrota brasileira na fase de grupos.
Futebol
Em busca da manutenção do título, o futebol masculino entra em campo contra o México, às 5h da manhã. A reedição da final de 2012 não traz boas recordações aos brasileiros, afinal a equipe acabou com a prata. Nove anos depois, o adversário continua sendo complicado e o jogo deve ser decidido nos detalhes. Quem avançar, já tem pelo menos mais uma medalha garantida.
Na última semana olímpica, muito ainda está em disputa. De apostas que não corresponderam a surpresas com as quais ninguém contava, o quadro de medalhas vai tomando forma. Ao final, no próximo domingo (8), nem é só das glórias das vitórias que lembraremos, mas de tudo que essas Olimpíadas estão representando.