“Décimo segundo jogador”, espetáculo à parte, torcedores são para o esporte ingrediente fundamental. Em se tratando de Olimpíadas, o público marca presença massivamente nas diversas modalidades. Muitas vezes, estar em uma disputa é para o espectador mais marcante do que o que está sendo disputado em si. É fazer parte da história e ter história para levar adiante. É estar presente no maior evento do esporte mundial, capaz de reunir povos de mais nacionalidades que a própria Organização das Nações Unidas (ONU).
Os Jogos de Tóquio já estão marcados pelo adiamento (primeiro da história), por acontecer em meio a uma pandemia e vão ser, no mínimo, os mais diferentes dos últimos tempos. Pensar nas competições com arquibancadas vazias é também um vazio para quem ama o espetáculo completo, mas talvez isso não se concretize.
A presidente do Comitê Organizador de Tóquio, Seiko Hashimoto, afirmou ao jornal local Asahi Shimbun, que deseja a presença de público nos Jogos. “Quando pensamos na possibilidade de realizar as Olimpíadas sem torcedores nas arquibancadas, os atletas definitivamente se perguntam por que não há torcedores apenas para as Olimpíadas e Paralimpíadas quando outras competições estão permitindo a presença de espectadores.” Isso também pelo motivo de outros eventos esportivos no Japão, como jogos da J-League, do futebol e da liga de beisebol já estão recebendo público.
Com a expectativa de redução, algum destino será organizado para os mais de 4,48 milhões ingressos já comprados, além de mais de 970 mil que haviam sido adquiridos para as Paralimpíadas. A expectativa do Comitê era arrecadar mais de R$ 4,8 bilhões com os tickets. Até o momento, 810 mil pessoas pediram reembolso.
Definir qual será o cenário para o público é prioridade para a organização dos Jogos. A expectativa é de algum posicionamento oficial, após reunião na próxima semana, com membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da organização dos Jogos."Todos querem uma decisão rápida para os torcedores, para preparar os ingressos e a hospedagem", afirma Hashimoto. Já o presidente do COI, Thomas Bach afirmou que essa definição deve sair até maio.
Em um contexto no qual ainda não se tem o apoio da população local para a realização dos Jogos na data prevista, de 23 de julho a 08 de agosto, duas possibilidades de contar com a presença do público serão avaliadas: com ou sem a presença de torcedores estrangeiros, além de qual será a quantidade limite de pessoas assistindo às disputas.
O cenário epidemiológico do Japão volta a dar esperança de dias melhores por lá. É tanto que o estado de emergência, que estava em vigor desde janeiro, foi suspenso em seis das dez regiões da vigência.
A menos de cinco meses das Olimpíadas, não sabe como de fato encararemos o maior evento esportivo do mundo. De perto, nas arquibancadas, ou de longe, pelas telas, acompanhar os Jogos e ver atletas de mais de 200 países reunidos será esperança de que voltaremos a nos reunir também.