Presidente da CPI nega ilegalidade e diz que há 'fatos graves' ligados ao motim a serem investigados

Salmito Filho rebate acusações da oposição e diz que trabalhos serão concluídos antes do processo eleitoral; comissão volta a se reunir nesta terça (19)

Presidente da CPI das Associações Militares, que está em andamento na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Salmito Filho (PDT) diz que a Comissão vem fazendo um trabalho “sério e comprometido com o esclarecimento dos fatos”. Para ele, os questionamentos feitos pela oposição de que a Comissão estaria cometendo irregularidades são tentativas de “deslegitimar o trabalho da CPI” e até mesmo “desespero”.

Salmito comanda o colegiado que entrou em ebulição nas últimas duas semanas ao iniciar a fase de depoimentos de testemunhas ligadas às associações militares, principalmente, à Associação dos Profissionais de Segurança (APS) que tem seguidos aliados do deputado federal Capitão Wagner (UB) no comando.

Único membro da oposição no colegiado, o deputado Soldado Noélio (UB) entrou com uma representação no Ministério Público Estadual alegando irregularidades que estariam sido cometidas na CPI.

Sobre as críticas em relação à possível viés eleitoreiro, Salmito diz que a resposta será a Comissão encerrar os trabalhos antes da chegada do pleito eleitoral, justamente para evitar questionamentos.

O presidente do colegiado nega que esteja havendo “politicagem” na condução dos trabalhos.

“Nós tivemos o cuidado, na primeira fase, de deixar claro o objetivo e também o método de trabalho. Agora, quando começaram os depoimentos, vieram à tona informações graves, que precisam ser investigadas. Por isso, um pequeno grupo da oposição entrou em desespero”.
Salmito Filho
Presidente da CPI das Associações Militares

Embate entre base e oposição

Na última semana, após o depoimento do vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, se iniciaram os questionamentos do deputado Soldado Noélio. Ele acusou a CPI de cometer ilegalidades, ao expor supostos documentos que não estariam nos autos.

O presidente rebate a versão do colega ao relatar que os cheques citados constam nos autos e que o que ainda não estava na investigação foi um conjunto de informações apuradas pelo relator, deputado Elmano de Freitas (PT), apresentadas justamente na sessão da semana passada.

“Um relator tem a prerrogativa de investigar e o deputado Elmano fez isso. É o papel dele. A informação que ele citou na sessão só pode passar a integrar os autos quando for aprovada ata da sessão. Então, a CPI está fazendo tudo dentro da normalidade. Agora, se está incomodando, aí é uma outra questão. Vamos continuar tentando dar voz a todos. E fazendo o nosso papel”.

Novos capítulos

A CPI deverá ter mais embates na sessão desta terça-feira (19) com o depoimento de outra testemunha. Trata-se de Rêmulo Silva, ex-tesoureiro da APS.