O Partido Liberal deu start em uma estratégia para punir deputados federais que não estejam “alinhados” com o partido e com o ex-presidente Jair Bolsonaro. E o estado que será usado como exemplo vai ser o Ceará.
As divergências entre os grupos internos do partido ganharam mais evidência com a votação da reforma tributária. Pelo menos 20 parlamentares votaram a favor da proposta, contrariando a orientação do partido.
Na segunda-feira (17), o presidente nacional da Legenda, Valdemar da Costa Neto, acionou o diretório estadual do PL no Ceará para abrir um processo de expulsão contra o deputado licenciado Yuri do Paredão. O parlamentar foi fotografado ao lado de aliados do governo federal fazendo um “L” com a mão, em referência ao presidente Lula.
As pressões de bolsonaristas têm crescido perante a direção nacional do PL para punir parlamentares que manifestarem qualquer aproximação com o governo. Recentemente, membros das duas correntes internas - uma mais de centro e a outra de direita - travaram um bate-boca áspero no grupo de WhatsApp do Partido por conta de divergências ideológicas e votações na Câmara dos Deputados.
O comando partidário precisou desativar temporariamente o espaço para tentar conter os ânimos.
No Ceará, além de Yuri, os deputados Junior Mano e Mateus Noronha têm adotado postura mais independente na Câmara, acompanhando a base governista em algumas votações.