A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e figurões militares e políticos que orbitavam ao redor do Palácio do Planalto traz indícios robustos de que a tentativa de golpe de estado para mantê-lo no poder foi bem mais do que um delírio de alguns militantes mais tresloucados do bolsonarismo.
Nomes como os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, comandantes das forças armadas, entre eles dois cearenses, os generais Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, estão na lista dos que foram alvo de busca e apreensão por suspeita de participação no – ainda – suposto esquema.
Além dos documentos e depoimentos colhidos pela investigação, a delação premiada do então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, teria sido fundamental para materializar a participação de autoridades que ocupavam o primeiro escalão da República na escalada golpista.
Pelas apurações, os investigadores confirmaram a circulação entre alvos da operação de uma minuta golpista que teria sido, inclusive, alterada pelo então presidente da República.
Segundo a Polícia Federal, havia, inclusive, divisão de tarefas na criação de um ambiente propício à ruptura institucional no País.
As informações contundentes derrubam versões dadas por bolsonaristas de que não houve tentativa em 8 de janeiro de 2023, mas apenas atos de vandalismo.