Ao menos sete deputados federais cearenses podem mudar de partido; veja bastidores das articulações

Nacionalmente, os partidos priorizam a disputa por cadeiras na Câmara dos deputados, em busca de mais recursos públicos e influência eleitoral

A quinta-feira, dia 3 de março, marca a abertura da chamada Janela Partidária, período no qual os parlamentares podem trocar de partido, sem risco de perda do mandato. Neste prazo acontecerão as primeiras definições concretas para a Eleição 2022, com a confirmação dos partidos pelos quais as principais lideranças irão às urnas.

Na bancada cearense na Câmara dos Deputados, pelo menos sete dos 22 parlamentares podem trocar de partido em busca de melhores condições para tentarem a reeleição ao cargo ou mesmo para disputa de outros cargos eletivos. A janela deve trazer novidades para as disputas legislativas, mas também para a sucessão de Camilo Santana (PT).

7 deputados
federais podem mudar de partido durante a janela partidária na bancada cearense

Está aberta, portanto, a temporada de negociações em que partidos, independente das ideologias e das questões programáticas, tentam atrair parlamentares com mandados e os deputados buscam se valorizar nas negociações, ou até mesmo, evitar perdas. Tudo está sendo discutido em um cálculo especulativo da suposta votação de cada um dos parlamentares e postulantes aos cargos.

Foco dos dirigentes partidários

Em outubro, teremos disputa por três cargos no Legislativo: senadores, deputados estaduais e deputados federais. A formação da bancada deste último cargo é a que mais atrai os olhares e as estratégias das lideranças partidárias por se tratar do cargo por meio do qual são calculados a divisão do fundo eleitoral e também o tempo de propaganda eleitoral no rádio e TV. 

A rigor, em âmbito nacional, os partidos querem mais influência e recursos. Para isso, precisam eleger o maior número possível de deputados federais, daí a importância grande que dão à disputa do cargo.

E a janela partidária, que vai até 1º de abril, é o momento de captar as lideranças que tenham, pelo menos em perspectiva, mais influência eleitoral.

Até o fechamento da janela, mais movimentações devem acontecer. Nos bastidores, entretanto, esta coluna apurou as informações que seguem.

Bastidores das movimentações

O deputado federal Capitão Wagner, atualmente no Pros, campeão de votos para o cargo no pleito passado, com mais de 300 mil votos, puxa a fila dos parlamentares que devem trocar de legenda.

Ele diz já estar com a ficha de filiação ao União Brasil assinada para dar entrada neste início de janela partidária. Wagner quer comandar o partido – que passou a ser o maior do Brasil, após a fusão entre DEM e PSL. Trata-se, portanto, de um ativo importante para o pré-candidato ao governo do Estado.

Célio Studart, o segundo mais votado para o cargo na eleição 2018, com mais de 200 mil votos, também deve ter uma nova legenda.

Ele deixa o PV para se filiar ao PSD, do ex-vice-governador Domingos Filhos. A confirmação deve ser também no início do prazo para trocas de partido.

Outro membro da bancada cearense que pode trocar de partido é Danilo Forte. Atualmente no PSDB, ele pode acompanhar outros colegas de legenda que podem também integrar o União Brasil. A possibilidade de troca, entretanto, ainda não é confirmada.

Denis Bezerra, que está no PSB, é outro cujo nome é citado nos bastidores para trocar de legenda. Uma das possibilidades seria uma migração para o PDT, mas o parlamentar nega a possibilidade. Ele diz que tem recebido convites, mas que o foco agora é organizar o congresso estadual do PSB, que ocorrerá no dia 26 de março, fim deste mês.

Genecias Noronha, do Solidariedade, ex-coordenador da bancada cearense no Congresso Nacional, é outro que integra o banco de apostas para mudança de partido.

Uma das possibilidades é ir para o MDB. Para a eleição, entretanto, o candidato apoiado por ele deverá ser o filho, Mateus Noronha.

Pedro Augusto Bezerra é filiado ao PTB, mas está na iminência de deixar a sigla. Desde que o partido mudou sua direção estadual, Pedro estuda buscar novo destino. Ele pode ir para o PDT.

Nas eleições, ainda há possibilidade de ele não ser candidato, abrindo espaço para o pai, Arnon Bezerra, ex-prefeito de Juazeiro do Norte. 

Vaidon Oliveira (Pros) foi eleito com a menor votação da bancada cearense em 2018. Com pouco mais de 30 mil votos, ele acabou beneficiado pela alta votação do correligionário Capitão Wagner.

Há a possibilidade que ele deixe o Pros e se filie também ao União Brasil.