Como bem definiu o reitor da Universidade Federal do Ceará, Cândido Albuquerque, o mundo divide-se, hoje, em dois blocos distintos: o das nações que produzem tecnologia e o das que a consomem.
Para um auditório de atentos e silenciosos empresários, políticos, técnicos, executivos públicos e privados e jornalistas, reunidos ontem no “Seminário Hidrogênio Verde no Ceará” – promovido pelo governo do Estado em parceria com o jornal Valor Econômico, que divulgará um caderno especial sobre o evento – o reitor da UFC não deixou dúvida:
“O Ceará posiciona-se ao lado do bloco que produz e quer produzir conhecimento tecnológico, e este é o sentimento da academia cearense”, disse ele.
Cândido Albuquerque entusiasmou a jornalista Rosana Jatobá, uma militante da causa ambiental, que conduziu os debates, ao revelar que esteve há uma semana na Europa vendo o que já se faz lá na área da geração do Hidrogênio Verde, para a qual se volta, neste momento, todo o esforço do governo, do empresariado e das universidades do Ceará.
“Nós não estamos tão longe de onde se encontram os europeus”, afirmou o reitor, acrescentando que “os nossos cientistas e os nossos laboratórios estão prontas para ajudar os empreendedores a produzirem aqui o Hidrogênio Verde”.
Cândido Albuquerque destacou a capacidade criativa do cientista cearense, que, em apenas 87 dias, logo no início da pandemia da Covid 19, criou o Elmo, um equipamento (respirador que dispensa a intubação do paciente) que salvou milhares de vidas no Ceará, no Nordeste, no Brasil e alguns outros lugares do mundo, como ressaltou.
“Assim, com essa criatividade e essa determinação, o Ceará será referência no Brasil e no mundo na área de produção do H2V. A ciência cearense está pronta para o desafio do Hidrogênio Verde”, completou o reitor da UFC.
No mesmo seminário, Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), parceira do Governo do Estado no projeto do Hub do H2V, disse que o Hidrogênio Verde “trará outra dinâmica às economias, e o Ceará está na vanguarda desse processo”.
E acrescentou: “Nossas indústrias serão beneficiadas diretamente, assim como nossos 40 sindicatos nessa atividade disruptiva”.
O presidente da Fiec lembrou que foi o escritor Júlio Verne quem, há 150 anos, abordou pela primeira vez o H2V como vetor energético.
Uma das boas notícias que saiu do seminário de ontem, realizado no Centro de Eventos, foi transmitida pelo secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno: a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) criou um Grupo de Trabalho que já elabora diretrizes especialmente destinadas à análise e emissão das licenças ambientais dos empreendimentos de produção de H2V.
Por sua vez, com o entusiasmo de sempre, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior, fez questãode enfatizar, mirando principalmente a equipe de jornalistas do Valor, que o Ceará era, havia 25 anos, importador de energia. "Hoje, nós somos exportadores", afirmou.
Maia Júnior lembrou que o Senai-Ceará já registra a inscrição de 3 mil pessoas no curso de capacitação que será ministrado para a formação do ele chamou de "capital humano" destinado aos projetos de Hidrogênio Verde.
A ALITÁLIA FALIU. NASCEU A ITA, ESTATAL
Lembram-se da Alitália, a maior empresa aérea privada da Itália e uma das maiores da Europa?
Ela faliu e, ontem, deixou de existir.
Em seu lugar, está surgindo, 100% estatal, a ITA, cuja frota inicial é de 52 aeronaves.
A Covid atingiu o coração do turismo, fazendo grandes estragosna Europa. A TAP também era privada.
Agora, é bancada pelo Estado português.
SAI O EXTRA, ENTRA O ASSAÍ
Por R$ 5,2 bilhões, a rede Assaí Atacadista comprou ontem 71 lojas da rede Extra.
As duas redes são controladas por capital frncês do Grupo Casino.
O Hipermercado Extra do Iguatemi Fortaleza ganhará bandeira do Assaí Atacarejo.