Piauí importa da China o que o Ceará fabrica

Os donos de um projeto eólico, em implantação no vizinho estado, talvez não saibam que estão no Ceará gigantes da fabricação de equipamentos, incluindo pás. E mais: 1) Economia sobe e Bolsa bate recorde; 2) Lixo hospitalar, um perigo em Fortaleza; 3) Congestionamento no Anel Viário

Em vez de usar equipamentos fabricados no Brasil, e neste caso “made in Ceara”, uma empresa que está instalando no vizinho Piauí um parque de geração de energia eólica importou da China não somente naceles, transformadores, geradores e torres, mas também pás eólicas com 76 metros de comprimento.

 Os donos do projeto eólico piauiense talvez não saibam, mas todo esse material importado é produzido aqui no Ceará pela brasileiríssima Aeris, cuja fábrica fica à curta distância do Porto do Pecém e à meia distância do Piauí, e pela gigante dinamarquesa Vestas, cujo parque industrial está alguns poucos quilômetros adiante, no município de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Tudo o que foi importado da China chegou pelo Porto do Pecém e de lá, em operação dirigida pela Tecer Terminais, seguiu por rodovia até o Piauí.

Teria saído mais rápido e mais barato se toda a encomenda piauiense tivesse sido feita às competentes e modernas fábricas cearenses.

Detalhe: o Piauí é governado por Wellington Dias; o Ceará, por Camilo Santana, ambos do PT.

COPA AMÉRICA: INSENSATEZ OU JOGO DE INTERESSE?

Insensatez por que? Foi a pergunta que este colunista recebeu ontem de vários leitores que, claramente apoiadores do presidente Bolsonaro, se indignaram com o substantivo usado aqui ontem para uma crítica contra a possibilidade de o Brasil, com o apoio do governo Federal, abrigar a Copa América, uma competição entre seleções da América Latina, promovida pela Conmebol, a Confederação Sul-Americana de Futebol.

A pergunta dos leitores foi seguida de outras que embasaram seu argumento a favor da realização da Copa América no Brasil. 

No atual contexto da política brasileira, o argumento dos leitores é pertinente.

Ora, perguntam os indignados leitores, se a Copa América é uma insensatez porque se realizará num momento de pandemia que já matou mais de 460 mil brasileiros, por que são sensatas a Copa Libertadores da América e a Copa Sul Americana, ambas promovidas também pela Conmebol?

E por que são também sensatas as Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, as eliminatórias da Copa do Mundo que vêm aí e a Copa Brasil?

Por que é sensato o Campeonato Brasileiro de Basquetebol e os campeonatos estaduais masculinos e femininos de futebol, que se realizam, também, sob rígidos protocolos sanitários e sem público?

A Copa América – lembram os leitores - terá os mesmos protocolos cumpridos hoje pelas outras competições da Conmebol e da CBF.
 
Um dos leitores, inserido no contexto político e ideológico que ganhou a questão da Copa América, levanta a hipótese do “interesse contrariado” e mete nessa panela os partidos políticos e a mídia.
 
Ontem, surgiu a informação de que a CPI da Covid quer convocar o atacante Neymar para depor sobre o que representa para os atletas disputar a Copa do Mundo em um país que registra mais de 460 mil mortes pela doença.

Resumindo: no Brasil, não só a pandemia e os medicamentos usados no seu chamado “tratamento precoce”, mas também o futebol ganharam um verniz político.
 
A propósito, a Associação Riograndense de Criadores de Camarão enviou ofício à governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, do PT, sugerindo que ela repense sua posição contrária à realização de jogos da Copa América na Arena das Dunas, em Natal.

Em carta aberta à governadora, a entidade diz que “esse evento esportivo será de grande importância para a manutenção de empregos em diversos setores, inclusive para a produção de camarão, do qual nosso Estado é referência para o Brasil”.

E acrescenta: “Não há produção de camarão no RN sem vendas, sem restaurantes e bares abertos e sem consumidores protegidos por rígidos protocolos de segurança sanitária. A Copa América traria para o nosso Estado uma divulgação natural de nosso potencial turístico e, também, da nossa culinária, onde o camarão continua como forte característica”.

São tempos difíceis e estranhos o que todos estamos a viver. E tudo vai ainda piorar, porque, para as eleições de 2022, faltam ainda um ano e quatro meses.

BOLSA B3 FECHA COM RECORDE DE 128 MIL PONTOS

Houve festa, ontem, na Bolsa brasileira, a B3, que fechou o dia acima dos 128 mil pontos, um recorde.

A causa, segundo os operadores do mercado, foi o PIB do primeiro trimestre deste ano que, segundo o IBGE, teve um incremento – de janeiro a março – de 1,2%, bem mais do que esperavam os economistas.
 
O PIB retoma, assim, o patamar em que estava no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia, o que animou os investidores. 

O leilão de ontem da B3 movimentou uma montanha de dinheiro do tamanho de R$ 40 bilhões, outro recorde.
 
De acordo com o IBGE, outra vez a agropecuária brasileira puxou o PIB para cima: ela cresceu 5,7% no primeiro trimestre. 

A indústria cresceu 0,7% e o setor de serviços registrou alta de 0,4%. 

Esses dois setores foram duramente impactados pelo isolamento social imposto pelos governos estaduais e prefeituras municipais, que receberam do STF autorização para administrar medidas que resultaram nas restrições a várias atividades econômicas, com exceção das consideradas essenciais.

Coincidindo com o crescimento do PIB, e para incentivar ainda mais o leilão da Bolsa, as contas públicas tiveram saldo positivo em abril, segundo revelou o Banco Central.
 
Integrado pela União, estados e municípios, o setor público consolidado registrou superávit de R$ 24,2 bilhões. Foi o melhor resultado desde 2001, quando o Banco Central iniciou a série histórica. Em abril do ano passado, houve déficit primário de R$ 94,3 bilhões, mas a causa foram os gastos elevados com o enfrentamento da pandemia.

De cordo com o Boletim de Investimentos do Bradesco, empresas privadas já anunciaram investimentos de R$ 164,5 bilhões. E vêm aí mais leilões de concessões.
 
E mais: a balança comercial de maio fechou com superávit de US$ 9,2 bilhões, o melhor resultado para o mês da história. Em relação ao mesmo maio do ano passado, houve um incremento de 29,4%, para o que contribuiu o aumento dos preços das “commodities”, entre eles soja, milho, algodão e carnes.

OBRA DA CAGECE DEMORA E CONGESTIONA ANEL VIÁRIO

Faz cerca de quatro meses que a Cagece realiza obra de recuperação de uma adutora que atravessa o IV Anel Viário, entre a BR-116 e a Ceasa.

Por causa dos serviços, uma das duas pistas daquela duplicada rodovia foi interditada, causando, de dia e de noite, um congestionamento de dois quilômetros de carros de passeio e de caminhões pesados, que vão e vêm dos portos do Pecém e Mucuripe.

Um engenheiro rodoviário disse à coluna o seguinte: “É um serviço que uma boa construtora faria em 60 dias, e pelo andar da carruagem serão gastos mais 120”.

CORREIOS SAI DO PREJUÍZO PARA O LUCRO

Mesmo continuando a entregar cartas com atraso, e este colunista é um dos prejudicados, o Correios, que em 2019 registrara prejuízo de alguns bilhões de reais, colheu em 2020 um lucro de R$ 1,5 bilhão, além de anotar um cr4escimento de 84% no seu Patrimônio Líquido.

Houve várias medidas que contribuíram para a reversão do quadro financeiro da empresa, uma das quais foi a redução das despesas com pessoal, que caíram R$ 400 milhões.

Foi no Correios que se registrou o primeiro evento da série de escândalos que resultaram no “mensalão”, nos idos de 2004.

HOTEIS VERSUS AIRBNB, A BOA BRIGA

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o cearense Manoel Linhares está a condenar a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, que decidiu, unilateralmente, celebrar um acordo com a Airbnb, uma plataforma que aluga casas e apartamentos a turistas do mundo, sem, de acordo com ele, respeitar o mercado hoteleiro e sem contribuir para o crescimento da cidade.

Na opinião de Manoel Linhares, esse acordo é “um balde água fria” no setor da hotelaria, que já enfrenta graves problemas causados pela pandemia da Covid-19, que reduziu em até 80% o movimento turístico no país.

Na briga da ABIH com o Airbnb – que não é dona de um único apartamento sequer, nem no Brasil nem no resto do mundo – muita água ainda passará sob a ponte do turismo, a atividade que mais sofreu a consequência econômica e social da pandemia.

FERIADO DE AMANHÃ: LOJAS ABREM, OS BANCOS, NÃO!

Atenção! Amanhã, dia do Corpo de Cristo, o comércio e suas lojas de rua e de shoppings funcionarão normalmente.
Uma boa providência nestes tempos de difícil operação das atividades econômicas.

Infelizmente, porém, as agências bancárias permanecerão fechadas durante o feriado.
  
PERIGO! LIXO HOSPITALAR NA CALÇADA DA RUA

Alô, alô, Prefeitura de Fortaleza! O perigo sanitário está em exposição pública na rua Coronel Alves Teixeira, entre a Avenida Barão de Studart e a rua José Lourenço.
 
Um grande banco de sangue vem depositando na calçada da rua o seu perigoso lixo hospitalar. 

Moradores da área já fizeram várias reclamações à PMF, mas todas elas foram jogadas na lata do lixo do esquecimento.

O que mais preocupa é o fato de que o lixo hospitalar está há vários dias exposto ao olhar do público, que, nestes tempos de pandemia, lamenta e protesta contra o descaso da autoridade.
 
Se realmente há preocupação em salvar vidas, que tal colocar ordem na coleta e no transporte do lixo hospitalar que é jogado na calçada da rua Alves Teixeira?

CEARENSE GERARÁ ENERGIA DE DEJETOS ORGÂNICOS

Aprovada no edital do Departamento Nacional da Indústria, a 3e Engenharia, empresa cearense associada ao Sindienergia-Ceará, desenvolverá um módulo de geração de energia elétrica, usando  dejetos orgânicos como matéria prima. 

Será disponibilizado ao mercado um biodigestor com o conceito “plug and play” (instalação automática) em uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-Ceará).

A solução encapsulada foi alocada dentro de uma estrutura metálica do tipo contêiner, facilitando o processo de transporte e instalação, que dispensa obras civis. 

Além disso, as estruturas funcionam como módulos, que unidos podem atender a pequenas ou médias demandas, principalmente para o setor agrícola pois utiliza restos de sua produção para a geração de energia.