Atenção! A Petrobras, nos governos Lula e Dilma, enganou o Ceará e os cearenses e transformou em fumaça o projeto de implantação de uma refinaria de petróleo no Complexo do Pecém.
Agora, no governo Bolsonaro, ela aplica um novo golpe contra os interesses deste Estado, ao decidir pela transferência para a Bahia – também governada pelo PT – do navio no qual operava uma usina de regaseificação que, no Píer Nº 2 do Pecém, garantia o fornecimento de gás natural às usinas termelétricas lá instaladas.
A respeito dessa surpreendente decisão da Petrobras, não há, ainda, uma posição oficial do Governo do Estado. Até agora, o governador Camilo Santana não se pronunciou sobre o assunto.
Mas esta coluna conversou ontem com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), engenheiro Maia Júnior, que considerou que a decisão da Petrobras representará, se confirmada for, “um descumprimento contratual”.
De acordo com Maia Júnior, o governo cearense tem, com a Petrobras, um contrato em plena vigência que garante “não apenas uma operação de gás, mas também uma operação de líquidos.”
“Essa movimentação (da usina flutuante) é importante sobre vários aspectos. Primeiro, olhando a questão pelo ponto de vista da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), destaca-se o aspecto econômico e financeiro.
“A CIPP – ao ver um contrato descumprido, e descumprido por um ente governamental, cujo capital é controlado majoritariamente pelo governo, num país que prega a segurança jurídica e respeito aos investimentos – fica numa posição muito ruim. Esta é minha opinião e não a do governo, quero deixar bem claro”.
Maia Júnior, que tem o entusiasmo entre suas virtudes, põe na voz um tom grave de preocupação e, ao mesmo tempo, de surpresa e revolta:
“Outro aspecto é o da garantia do sistema de geração de energia elétrica do Estado do Ceará. Isso (se se confirmar) terá consequências muito grandes, se as térmicas forem paralisadas pela falta de gás. E qual será o preço da energia, se ela tiver de ser – e não é o caso do Ceará, neste momento – trazida de locais mais distantes, com alto custo da transmissão, o que onerará as nossas tarifas.”
O secretário Maia Júnior segue falando:
“Ninguém dá uma satisfação sobre como ficam as tarifas cearenses, ao abrir mão de uma disponibilidade como essa (do navio regaseificador, que há vários anos operava no Pecém). Este é outro aspecto, sem se falar no investidor que investiu em termelétricas no Ceará, que não está despachando (gerando energia) em função da falta de suprimento de gás”.
Por enquanto – acrescenta Maia Júnior – “não há, ainda, comprometimento da área industrial, da área automotiva e da área residencial, mas como essas áreas ficarão sem o suprimento do gás natural?”
Ele afirma:
“Mais uma vez, a Petrobras usa da unilateralidade. Eu, particularmente, recebi aqui em Fortaleza, na semana passada, uma delegação da Petrobras com a qual tratei de outro assunto que não este da usina flutuante de regaseificação. Mas eu disse a eles que, independentemente da ajuda que o Estado possa vir a dar na questão da desmobilização dos ativos da Petrobras no Ceará, no caso a Lubnor (fábrica de lubrificantes no Mucuripe) e da usina de biodiesel em Quixadá, eu fiz ver a eles que há pendências contratuais que estão sendo descumpridas no Porto do Pecém, em relação não só à operação do navio regaseificador, mas às operações de transbordo.
“Eu lhes expliquei o que a Petrobras tem feito ao longo do tempo com o Ceará, em relação aos projetos da refinaria nos quais o Ceará fez investimentos, antecipou recursos, e isto tudo precisa ser equalizado. O Estado não pode investir com um parceiro que abandona o projeto e isto fica como se fosse um ato normal”.
No final, Maia Júnior revelou a esta coluna:
“Ao representante da Petrobras que esteve comigo e com o Danilo (Serpa, presidente da CIPP S/A), o Dr. Pedro, assessor da presidência (da estatal), eu disse que a empresa precisa tratar o Estado do Ceará com o mesmo respeito e a mesma reciprocidade que o Ceará tem oferecido a essa grande empresa brasileira, que precisa dialogar melhor com os estados.”
LOJA ESPECIALIZADA EM CARNE DE CORDEIRO
Atuando em diferentes setores da atividade econômica – incluindo funerária (a Ternura é sua), cemitério, clínica médica, óticas, farmácia, floricultura e laboratório – o Grupo Cordeiro de Freitas anuncia: inaugurará, no próximo dia 20, na Aldeota, em Fortaleza, a primeira loja especializada na comercialização de carne de cordeiros.
A loja, já batizada de “O Cordeiro de Ouro”, venderá carnes de animais de até um ano da idade, sem dentes, criados na Fazenda Cordeiro, em Russas, onde o grupo tem seu rebanho – todo ele da famosa raça Santa Inês.
O abate será feito em um frigorífico também de sua propriedade – o Cordeiro de Ouro, na cidade de Quixadá. No início, serão abatidos, mensalmente, 1.200 animais, número que saltará para 3 mil até o fim deste ano.
Na construção da loja na rua Padre Valdevino, no aumento do rebanho e na instalação do frigorífico, o Grupo Cordeiro de Freitas, fundado e liderado pelo empresário Raimundo Cordeiro de Freiras, investiu R$ 2,5 milhões.
Assim como o comércio varejista já tem hoje nichos de mercado (por exemplo, lojas exclusivas de roupas de tamanho G e GG), a comercialização de proteína animal começa a diversificar-se e a criar, também, seus nichos, e a chegada de uma casa especializada em carne de cordeiro é só uma prova dessa tendência.
ESQUENTA ELEIÇÃO NA FAEC
Começou a corrida pela eleição na Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), que se dará no próximo mês de novembro.
Por enquanto, há dois pré-candidatos à presidência da entidade: Paulo Helder, presidente do Sindicato Rural de Cascavel, e Amílcar Silveira, presidente do Sindicato Rural de Quixadá.
Na semana passada, Silveira, que se lançou com o apelo de mudança, recebeu o apoio do ex-presidente da Faec, José Ramos de Melo, do ex-presidente da Fiec, Beto Studart, e do agropecuarista José Antunes Mota, presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios.
Paulo Helder, por sua vez, com o slogan “Sindicato Forte, Produtor Rural Valorizado”, criou a Rádio Renova Faec, que, pelo YouTube, passou a transmitir programas de incentivo à sua pré-candidatura.
Resumindo: a comunidade da agropecuária cearense estará bem agitada pelos próximos três meses.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A SEFAZ
Da secretária da Fazenda do Governo do Ceará, Fernanda Pacobahyba, sobre a informação aqui divulgada a respeito da Recuperação Judicial a que recorreu, com êxito, a Construtora Souza Reis:
“Cada vez mais acessada, a via da Recuperação Judicial é a melhor saída para evitar o encerramento de uma empresa”.
Para esta coluna, criou-se, em torno desse recurso, uma imagem pejorativa, como se a empresa que a ele recorre o faça como alternativa para não pagar suas dívidas.
Mas isso está mudando, porque é maior o número de casos que têm dado certo não só aqui no Ceará, mas também nos demais estados.
UM APELO AO GOVERNO DO ESTADO
Dos 10 primeiros colocados da Série A do Brasileirão, dois são cearenses, o Fortaleza, que sábado ganhou do Palmeiras dentro da casa do adversário, mantendo a terceira colocação, e o Ceará, que está na sétima posição.
Os jogadores dos dois times fazem um apelo ao governo do Estado: Pelo amor de Deus, mande replantar o gramado da Arena Castelão. Mas usando os serviços de especialistas.
Como está, o relvado do Castelão é um dos piores do país, prejudicando o desempenho dos que sabem jogar futebol.
HOMENAGEM A CARLOS PRADO
Por indicação do desembargador Franzé Gomes, o Tribunal Regional do Trabalho, por meio do seu pleno, aprovou a concessão da Comenda da Ordem Alencarina, no grau de ComenDador, ao empresário Carlos Prado, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e fundador e presidente do Conselho da Itaueira Agropecuária e da Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag).
A entrega da comenda será nos primeiros dias do mês de dezembro, nos jardins da sede do TRT, na Avenida Santos Dumont.