Inflação no Brasil cai, mas a dos EUA sobe e derruba B3

IPCA de 0,16% em março veio abaixo da previsão do mercado, mas a boa notícia foi ofuscada pela inflação nos EUA, que veio forte, valorizando o dólar e deixando dúvidas sobre quando FED começará a reduzir juros

Cresceu mais ainda a possibilidade de Jean Paul Prates permanecer na presidência da Petrobras. O ambiente em torno dessa questão desanuviou. 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a Petrobras precisa de paz interna. É verdade: em oito anos, a Petrobras já teve sete presidentes, e essa constante troca de comando na maior estatal brasileira é ruim e repercute mal lá fora. 

Ontem, as ações da Petrobras subiram mais de 3%, o que revela um cenário mais positivo em torno da empresa.
 
E o IPCA (Índice e Preços ao Consumidor Amplo), que é o índice oficial da inflação brasileira, fechou o recente mês de março em 0,16%. Uma boa desaceleração, tendo em vista que, no mês anterior de fevereiro, ele havia fechado em 0,83%. 

Foi a grande notícia do dia para a economia brasileira. Mas essa notícia perdeu importância diante da divulgação da inflação nos Estados Unidos, que em março veio com 0,4%, acima do 0,3% que projetado pelo mercado. A economia norte-americana continua bombando.

A surpreendente inflação norte-americana teve imediata e má repercussão no Brasil, pois agora há mais dúvida sobre quando o Federal Reserve, que é o Banco Central de lá, começará a abaixar os juros diretores da economia do país, que permanecem altos.

Ora, juros altos nos EUA significam que os investidores do mundo correm para aplicar lá o seu dinheiro. 

Esse movimento fortalece o dólar e desvaloriza outras moedas, como o Real brasileiro, pressionando a inflação aqui dentro. 

Foi por este motivo que a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em forte queda ontem, uma queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.

E o dólar, por sua vez, fortaleceu-se, subindo 1,42%, fechando o dia cotado R$ 5,08.