Exportação cearense de granito cresce, mas enfrenta gargalos

O primeiro gargalo é a falta de contêineres; o segundo é a disparada do frete marítimo, que continua subindo, Leia mais: 1) Está mais esticada a corda da crise; 2) Brisanet contrata mais 525; 3) Fraport investe na área social

De janeiro a junho deste ano, o Ceará exportou em rochas ornamentais – mármores e granitos, principalmente – o equivalente a US$ 19,3 milhões, um crescimento de 52,4% em relação ao mesmo período do ano passado de 2020.

Ao transmitir esta informação, o presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar, troca o sorriso do entusiasmo pelo olhar de preocupação diante de dois gargalos que crescem.

O primeiro gargalo é a falta de contêineres; o segundo, é a disparada do frete marítimo, que continua subindo, embora esteja normalizada a frequência de navios de Pecém e Mucuripe para os portos da Europa.

Mas há o terceiro gargalo. Por incrível que possa parecer, está faltando caminhão para o transporte de blocos de mármores e granitos do Ceará para o Espírito Santo, onde são beneficiados, ou seja, onde são transformados em peças de revestimentos e pisos, agregando valor.

Carlos Rubens Alencar ainda aponta um quarto gargalo: a dificuldade de brasileiros circularem no mercado internacional. Por causa da pandemia, executivos de empresas brasileiras, incluindo as da mineração, enfrentam restrições para entrar e sair de alguns países europeus. 

“Para entrarmos nos Estados Unidos, temos de fazer uma querentena de 14 dias no México”, revela o presidente do Simagran-Ceará, mas acrescentando uma mensagem positiva: “Vamos em frente!”

Em tempo: Desde ontem, quarta-feira, 11, está atracado no Porto do Pecém o navio Minneapolis Miyo, em cujos porões estão sendo embarcados 8 mil toneladas de blocos “in natura” (sem beneficiamento) com destino à Carrara, na Itália.

ESTÁ MAIS ESTICADA A CORDA DA CRISE

Há três crises açoitando o Brasil e os brasileiros – os cearenses no meio: a sanitária, causada pela pandemia da Covid-19, que já dura um ano e cinco meses; a política, provocada pela mixórdia em que se transformou a relação entre os três poderes da República; e a inflacionária, cuja origem é a desenfreada subida dos preços de tudo, da gasolina ao feijão, da energia elétrica à carne do boi e do frango.
 
Na crise pandêmica, há boas notícias – caem os números de novos casos e de óbitos ao mesmo tempo em que sobe o porcentual da população já vacinada.

Na crise da inflação, as notícias são ruins, pois convergem dois sérios problemas: a possibilidade de um racionamento de energia, o que elevaria ainda mais suas tarifas, e a manutenção dos altos preços das commodities (carne, café, soja, milho, algodão, petróleo), encarecendo os já caríssimos preços desses produtos no mercado interno brasileiro.

Na crise política, que completa a tempestade perfeita, não se enxerga luz no fim do túnel: os líderes dos três poderes esticam a corda e o que poderá acontecer amanhã é imprevisível.
 
Sentado nos seus gabinetes de trabalho, diante de mil e uma telas de computadores, acompanhando a movimentação das bolsas do mundo todo, os operadores do mercado procuram, por meio da especulação, precificar essas crises brasileiras, fazendo subir ou descer o preço das ações, com repercussão no câmbio.

Já decidiu o Parlamento sepultar a proposta do voto impresso na eleição de 2022, e mais do que isso: também decidiu, pela voz do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do seu colega da Câmara dos Deputados, Artur Lira, que o Congresso Nacional rechaçará “arroubos, bravatas, ações que não calham no Estado democrático de direito”, numa referência ao desfile de blindados na Praça dos 3 Poderes realizado última quarta-feira, 11.

Há um visível confronto: o Legislativo mantém uma CPI que apura a inação do governo da União na pandemia, responsabilizando o presidente Bolsonaro pelas mais de 560 mil mortes até agora registradas, mas negando-se a investigar o destino de centenas de milhões de reais liberados pela União para o combate à pandemia e desviados por governadores e prefeitos para fins ilícitos.

O Judiciário sustenta sua invasão em áreas de responsabilidade dos outros poderes, destacadamente do Executivo.

E o Executivo – diariamente, por meio de entrevistas do presidente da República – só contribui para esticar a corda da crise.

Tudo isso põe em risco a democracia brasileira. E tudo gira em torno da polarização da política e, especificamente, da eleição presidencial de 2022. 

As extremas direita e esquerda, com a explícita colaboração da mídia, querem que somente elas participem do jogo eleitoral, sem dar chance ao surgimento de uma terceira via, que até agora não deu sinal de força. 

Teme a população – principalmente a de cabelos brancos – que essa polarização leve ao rompimento da corda, o que seria trágico para o regime democrático, para a economia e para o sofrido (e ainda esperançoso) povo brasileiro.

NA USINA DA CSP, UM FORTE RUÍDO

Informa a Companhia Siderúrgica do Pecém que, por volta das 17 horas de terça-feira, 10, “foi registrada uma ocorrência na planta do Alto Forno”. 

E adianta em comunicado transmitido também a esta coluna:

“Uma reação causada pela presença de água no dry pit (reservatório de descarta de gusa), gerou um forte ruído, acompanhado de fumaça alta e escura”.

Este colunista é de uma terra em que um forte ruído, acompanhado de fumaça alta e escura, é uma explosão. 

Foi o que aconteceu na usina da CSP. As causas estão sendo apuradas.

BRISANET ABRE MAIS EMPREGOS

Empresa, agora, de capital aberto, a cearense Brisanet segue expandindo-se, em consequência do que abriu inscrições para a contratação de mais 525 colaboradores para as suas áreas administrativa e operacional.

Trezentas dessas novas vagas serão para o Ceará. As demais, para os estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe, onde atua.

Informa a Brisanet que já contratou mais de 2.100 novos funcionários nos seis primeiros meses deste ano.

Hoje, a empresa controlada pelo fundador, sócio e CEO José Roberto Nogueira, tem mais de sete mil colaboradores.

SINDIENERGIA TEM NOVO DIRETOR

Informa o Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE): o advogado Bernardo Viana Santana é seu novo diretor setorial de Regulação.

Ele completa a cúpula dirigente do Sindienergia-Ceará, presidida por Luís Carlos Queiroz, para o período de gestão 2021-2023.

Bernardo Viana Santana acompanhará e participará das discussões em torno do futuro do setor elétrico e energético estadual e nacional.

Graduado em Direito pela Unifor, ele tem MBA do setor elétrico pela Fundação Getúlio Vargas. Seu foco serão as novas tecnologias.

Bernardo Viana assumiu, recentemente, a Coordenação do Grupo Temático (GT) da Câmara Setorial de Energias Renováveis para os assuntos de Hidrogênio Verde. 

CRESCE RECEITA LÍQUIDA DA VULCABRÁS 

Com fábrica em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, a Vulcabrás, gigante da indústria brasileira de calçados, registrou, no segundo trimestre deste ano, uma receita líquida de R$ 399,4 milhões.

O resultado é 304 maior do que os R$ 98,7 milhões registrados no segundo trimestre do ano passado de 2020.

O lucro líquido do segundo trimestre deste ano foi de R$ 91,5 milhões e representou um acréscimo de R$ 166,9 milhões sobre o prejuízo líquido de R$75,4 milhões no mesmo período do ano passado.

FRAPORT INVESTE NA ÁREA SOCIAL

Boa iniciativa na área social – que deveria ser copiada por outras empresas – acaba de dar a alemã Fraport, que administra o Aeroporto de Fortaleza.

Ela realizou melhorias em torno do chamado Campo do Serrote, uma área de lazer da comunidade do bairro Serrinha, no entorno do aeroporto. 

A obra beneficia moradores que praticam caminhadas e outras atividades físicas ao ar livre, além de projetos sociais que acontecem no campo de futebol e atendem a mais de 100 jovens em estado de vulnerabilidade social.

No local foi construída uma calçada de aproximadamente 450 metros, totalizando 1.275 metros quadrados de passeio pavimentado. Na obra, a Fraport investiu R$ 179 mil.

MAIS UM HOTEL EM JUAZEIRO DO NORTE

Inaugurado em fevereiro deste ano, o Hotel Luxxor, de Juazeiro do Norte, está sendo ampliado e a nova área será inaugurada até o fim deste ano.

Localizado no bairro de Lagoa Seca, ele opera hoje em regime de “soft open” com 83 apartamentos, dando emprego a 53 pessoas, todas da região do Cariri cearense.

O hotel integra a rede do Grupo Nord, com 15 anos de atuação no mercado hoteleiro e sede em João Pessoa e unidades também nas cidades paraibanas de Campina Grande e Patos.