Lula, Cuba e a lição de Saramago

O autocrata do PT que posa de democrata expôs, mais uma vez, toda sua abjeta bajulação à ditadura cubana. No dia em que se registrava oficialmente a primeira morte decorrente da enorme onda de protestos que inundou as ruas de Cuba desde as cidades do interior até Havana, Lula iniciou uma sequência de tuítes com uma indagação torpe: "O que está havendo em Cuba de tão especial para falarem tanto?".

Manifestantes foram espancados, mais de cem foram detidos, muitos estão desaparecidos, repórteres foram sequestrados, uma youtuber foi presa ao vivo enquanto dava entrevista, mas Lula, cruel e cinicamente, minimizou todo o ocorrido dizendo: "Houve uma passeata".

E seguiu com sua cavilação no Twitter: "Mas vocês não viram nenhum soldado em Cuba com o joelho em cima do pescoço de um negro, matando ele", escreveu, referindo-se ao caso George Floyd, que, embora tenha mostrado a chaga aberta do racismo nos Estados Unidos, mostrou também a disposição do povo e das instituições americanas em combatê-lo.

Das covardias de Lula em favor do Estado ditatorial castrista destaque-se que, em 2007, durante os jogos Pan-Americanos, o então presidente mandou caçar, prender e deportar os boxeadores cubanos Erislandy Lara e Rigondeaux, que tentaram conseguir asilo no Brasil.

Rever posições políticas é, às vezes, uma exigência de racionalidade e um teste de caráter.

O premiado escritor José Saramago, por exemplo, indignado com a execução sumária, em 2003, de três dissidentes cubanos que tentaram fugir de Cuba em um barco, rompeu com o regime, reagindo à infâmia da ditadura com a paradigmática frase: "Até aqui cheguei".

A esquerda brasileira, de modo geral, não seguiu o exemplo de Saramago. Apenas o Cidadania fez nota de apoio às manifestações do povo cubano. A do PT foi de apoio à ditadura.

Cabe a nós, brasileiros, nas urnas, cravarmos um voto contra os defensores de ditaduras; seja à esquerda, seja à direita. Basta. Até aqui chegamos.

*Esse texto representa, exclusivamente, a opinião da autora.