Tem surgido um movimento, sobretudo nas redes sociais, de que o Departamento de Futebol do Fortaleza teria passado por profundas alterações depois da perda do hexacampeonato cearense. A principal mudança seria o retorno de Alex Santiago à pasta. Acontece que o Departamento de Futebol do Fortaleza sempre teve um funcionamento coletivo, nas vitórias e nas derrotas, e nunca dependeu unicamente de uma pessoa.
O Fortaleza não é um clube de gestão centralizadora. As decisões são coletivas. Todas as definições sobre contratações, saídas, negociações, gestão do elenco no dia a dia, etc passam pelo colegiado. Bem como por Marcelo Paz; pelos outros membros do departamento; por Vojvoda, sua comissão técnica e pelo CIFEC (Centro de Inteligência do Fortaleza). Nem mesmo o CEO decide algo arbitrariamente.
E o atual presidente da associação sempre esteve a par de todas as movimentações. Alex pode não possuir mais o cargo de "Diretor de Futebol", mas nunca saiu do Futebol. Tudo de certo e de errado que aconteceu nos últimos meses, passou também por ele.
Bruno Costa
Muitos torcedores têm atribuído, também, todos os erros cometidos pelo clube à figura de Bruno Costa (contratado por Paz). O que também não é correto.
Vale lembrar que a chegada de Bruno (para o lugar de Papellin) coincide também com o momento em que Marcelo Paz assume como CEO da SAF e se dedica exclusivamente ao futebol.
Não estou aqui avaliando nem entrando no mérito da qualidade do trabalho de Bruno Costa, que em cerca de 4 meses, divide opiniões e é possível perceber evidentes erros. Mas é fato que o trabalho, até aqui, do jeito que tem erros, também tem acertos.
A vinda de Felipe Jonatan era interesse de Marcelo Paz e foi tocada por Bruno Costa. O mesmo vale para as vindas de Kuscevic e Moisés. Do jeito que as decisões são colegiadas, muitas ações, também. A contratação do goleiro Santos, por exemplo, teve muita influência de Marcelo Boeck.
Isso apenas ilustra o quanto o departamento funciona de maneira coletiva.
Mudanças recentes
O desempenho abaixo do esperado no início de 2024, uma atuação no mercado que deixou a desejar e a perda do hexacampeonato exigiram que mudanças fossem feitas. E elas aconteceram.
As saídas de Thauan Lara, Escobar e Galhardo. As chegadas de Emmanuel Martinez e Felipe Jonatan. Isso já estava mapeado.
Mas os ajustes foram feitos porque já estavam sendo percebidos. Demorou, precisou perder o título, mas eles acontecem por decisões do Departamento, e não por ações de uma única pessoa.
É natural que, numa dificuldade, se busque um personagem para individualizar a melhora. Alguém que chegue e possa "salvar a lavoura". Mas é preciso deixar claro que o Departamento de Futebol do Fortaleza é coletivo e funciona com as mesmas pessoas. Nas vitórias e nas derrotas.