Nos últimos dias, a apresentadora de TV, Helen Ganzarolli, afirmou ter sido lesada em R$ 2,5 milhões por seu companheiro, caracterizando o crime de Infidelidade Financeira.
Em uma pequena frase, já ficamos assustados com tanta informação que não sabíamos: existe infidelidade financeira? O que é exatamente? E pode ser crime? Também fiquei curiosa sobre o tema e decidi esclarecer um pouco mais a todos. Vamos lá.
Quando nos casamos ou partilhamos a vida com uma pessoa, dividimos também a vida financeira. Mas, obviamente, como não estamos acostumados a falar sobre dinheiro, acabamos por não compartilhar planos e sonhos que envolvam planejamento financeiro. Nos juntamos a alguém e a vida segue.
Mas o dia a dia exige que o dinheiro entre em cena: seja no pagamento de um cartão de crédito, na conta de energia, etc, etc, etc. Muitas vezes não se define como o casal vai se organizar financeiramente. Sim. O casal também precisa de organização financeira para prosperar!
Credo, Ana, que visão pouco romântica das relações. Então me diga: você nunca brigou por dinheiro com sua família?
Veja bem: segundo um estudo conduzido pela Universidade do Kansas, o dinheiro é a principal causa para divórcios, superando até divergências quanto à criação de filhos ou problemas na área sexual. Além disso, 66% dos casais brasileiros não discutem acerca de dinheiro, e quase metade desses casais já apresentaram conflitos por esse motivo.
Melhor entendermos o que este tipo de infidelidade pode causar.
O QUE É INFIDELIDADE FINANCEIRA?
Ser infiel financeiramente é o ato de não ser completamente transparente com o parceiro sobre questões relacionadas ao dinheiro. Isso pode ser exemplificado pelo ocultamento de dívidas, disfarce de despesas ou até mesmo pela omissão de investimentos, todas essas ações são consideradas parte desta categoria.
A infidelidade financeira ocorre quando o cônjuge/companheiro mente sobre quanto ganha ou quanto gasta, mente sobre investimentos e/ou compras, faz empréstimo sem comunicar tal fato ao outro.
E pra piorar a situação, a infidelidade financeira não acontece apenas em um relacionamento afetivo. A prática se define quando, em uma relação de confiança, o cônjuge, parceiro de negócios ou parente próximo, esconde ou manipula informações sobre as finanças tanto individual, quanto coletiva, com o objetivo de enganar a outra pessoa.
E mais: é crime. Sim. Segundo especialistas, a infidelidade financeira pode ser enquadrada como uma forma de fraude ou estelionato, que são crimes de acordo com o Código Penal Brasileiro.
Além disso, o parceiro ou a parceira que cometer esse crime contra o outro, também pode ser processado por violência doméstica. Isso porque, além de afetar a saúde financeira e emocional da vítima, também pode causar problemas graves como endividamento, falência ou perda do patrimônio.
COMO DESCOBRIR A INFIDELIDADE FINANCEIRA?
Como toda infidelidade, normalmente a vítima é a última a saber. E o infiel nunca, eu disse: nunca, assumirá tal atitude. Portanto, é melhor nos prevenirmos observando alguns pontos.
No entanto, existem certos comportamentos que podem levantar suspeitas de que alguém está sendo enganado.
Procurar gastos inexplicáveis em extratos bancários e faturas de cartão, notar mudanças no comportamento financeiro de alguém, como aumento significativo no gasto de dinheiro ou ocultação de informações financeiras, são todos sinais que indicam que algo pode estar errado. Caso seja indispensável, uma análise financeira detalhada pode ser realizada.
COMO EVITAR A INFIDELIDADE FINANCEIRA?
Seja transparente: O primeiro passo para não ser infiel no âmbito das finanças é ser transparente. Na prática, isso quer dizer não esconder informações financeiras que você sabe que são relevantes para a vida do casal.
Trace planos em conjunto: Muitas vezes a infidelidade financeira acontece porque o casal trata suas finanças de forma totalmente independente. Nesse sentido, traçar alguns planos de conjunto pode ser uma boa solução.
Use planilhas: Essa estratégia é especialmente importante para casais que vivem juntos e, de alguma forma, dividem suas contas. Usar planilhas é uma maneira de controlar os gastos domésticos do casal e traçar planos — para cortar despesas e investir em sonhos em comum, por exemplo.
O assunto é complexo e pode ser considerado em visões diferentes, pois será que perdemos nossa liberdade financeira ao casarmos? Ou será que compartilhar as finanças ajuda a aumentar a felicidade do casal?
Tenho aprendido, com a vida, que a palavra essencial em nossas vidas é “EQUILÍBRIO”. A busca de uma relação saudável passa pelo equilíbrio emocional e financeiro e na confiança.
Espero que você reflita sobre isso.
Cuidado com o seu dinheiro! Até a próxima.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.